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Jornada cansativa e solidão afetam saúde mental de caminhoneiros

Saúde mental dos caminhoneiros preocupa especialistas; categoria enfrenta "apagão de motorista".

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
© Tomaz Silva/Agência Brasil
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  • A saúde mental dos caminhoneiros no Brasil é um problema crônico, com riscos de ansiedade, depressão e estresse.
  • O fenômeno chamado “apagão de motorista” destaca o envelhecimento da categoria, com uma média de idade de 46 anos, e a falta de interesse dos jovens na profissão.
  • O procurador do Trabalho Paulo Douglas de Moraes explica que a saúde mental é um problema estrutural da cadeia logística do transporte rodovírio.
  • Questões como a redução da jornada de trabalho não avançam devido a interesses econômicos e políticos.
  • A jornada exaustiva, pressão por prazos e solidão afetam a saúde dos profissionais, resultando em doenças.

Saúde Mental dos Caminhoneiros: Um Desafio Crônico

A jornada exaustiva e a solidão enfrentadas pelos caminhoneiros no Brasil já são conhecidas como fatores que afetam a saúde mental da categoria. Especialistas têm alertado para os riscos de ansiedade, depressão e estresse entre esses profissionais.

Envelhecimento da Categoria e “Apagão de Motorista”

Recentemente, especialistas destacaram que a saúde mental dos caminhoneiros está relacionada a um fenômeno chamado “apagão de motorista”. A categoria está envelhecendo, e os jovens não se interessam pela profissão. A média de idade dos trabalhadores é de 46 anos, e isso está associado a uma perspectiva negativa em relação aos profissionais.

Perspectivas e Desafios

O procurador do Trabalho Paulo Douglas de Moraes explica que questões como a redução da jornada de trabalho não avançam devido a interesses econômicos e políticos. Moraes destaca que a saúde mental já é reconhecida como problema estrutural da cadeia logística do transporte rodovírio.

Impacto na Cadeia Logística

Esse fenômeno apelidado de “apagão de motorista” significa que a categoria está envelhecendo, e os mais jovens não se interessam pela profissão. A média de idade desses trabalhadores é 46 anos. “Boa parte dessa falta de mão de obra no setor está associada a uma perspectiva negativa e de ordem subjetiva, de ordem mental, em relação aos profissionais”, explica o procurador.

Obstáculos Econômicos e Políticos

Ele diz ainda que são vários os obstáculos, principalmente os decorrentes do interesse econômico. “Nós temos um país que depende do modal rodovírio, que movimenta boa parte do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro, o que leva também a um interesse político muito forte.” Moraes alerta que esses dois aspectos combinados acabam fazendo com que questões importantes, como a redução substancial da jornada dos trabalhadores, não avancem.

Reflexos na Saúde dos Profissionais

A jornada de trabalho exaustiva, pressão por prazos, solidão… Essa é a rotina da maioria dos caminhoneiros no Brasil. O resultado é que muitos deles acabam adoecendo. Caminhoneiro autônomo, Emerson André, conhecido como Facebook, está na estrada há 16 anos e, como muitos colegas de profissão, passa longos períodos longe de casa. “Tem muitos motoristas ficando doentes, porque o estresse do cotidiano, o trajeto se tornam cansativos, a família cobrando que você não está em casa, você perde muita coisa da sua família”, lamenta o motorista.

A Necessidade de Mudança

Enfrentar a solidão e manter a calma nem sempre é fácil. Há 27 anos, Daniel Francisco de Lima, o Del Caminhoneiro, roda pelas estradas do país. Como autônomo, ele tem o próprio caminhão, mas também presta serviço a uma empresa. Del avalia que a tensão é constante. Mas quem tem muito tempo de estrada, como ele, aprende a dominar também momentos de raiva ou tensão.

Conclusão

A saúde mental dos caminhoneiros é um problema que exige atenção imediata. A combinação de jornadas exaustivas, solidão e a falta de interesse dos jovens na profissão cria um cenário desafiador que afeta não apenas os profissionais, mas também a cadeia logística do país.

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