Deputados abandonam apoio a Bolsonaro e pedem desistência da candidatura em 2026

Embora esteja inelegível desde junho de 2023 e enfrente um processo por tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a se apresentar como candidato à presidência em 2026. Uma pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), revela que 51% dos deputados federais acreditam que ele deveria desistir da candidatura.

O levantamento, que ouviu 203 deputados entre 7 de maio e 30 de junho, mostra que 23% defendem a continuidade do projeto eleitoral de Bolsonaro, enquanto 26% não opinaram. A pesquisa tem uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais. Entre os membros do Centrão, a rejeição é ainda maior: 78% afirmam que ele deve abandonar a disputa.

Alternativa em Ascensão

Com a incerteza sobre a viabilidade da candidatura de Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surge como uma alternativa viável. 49% dos deputados consideram Tarcísio o principal candidato da oposição, um aumento de dez pontos percentuais em relação ao ano anterior. Entre os opositores, 56% acreditam que ele será candidato, enquanto apenas 32% apostam em Bolsonaro.

A pesquisa também revela que metade da direita acredita que Bolsonaro deveria desistir da candidatura. O ex-presidente enfrenta sérias acusações, incluindo abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, além de ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, com penas que podem somar até 43 anos de prisão.

Cenário Político

A pesquisa da Quaest indica que apenas 13% dos deputados veem Bolsonaro como o principal nome da oposição em 2026. Por outro lado, 68% dos congressistas acreditam que Lula (PT) estará nas urnas em 2026, embora esse número tenha caído de 73% em maio. Apenas 21% afirmam que Lula não tentará a reeleição, com a desconfiança maior entre os opositores.

Com o cenário atual, a base governista já considera Tarcísio como um adversário preferencial, caso a inelegibilidade de Bolsonaro se mantenha. A pesquisa reflete um momento de transição no cenário político brasileiro, com novos nomes emergindo para a disputa presidencial.