21 de mai 2025



Governo busca nova estratégia para mitigar impactos da CPI do INSS
Governo tenta adiar CPI do INSS para reorganizar base aliada e evitar desgaste político, enquanto fraudes em benefícios geram pressão crescente.
Foto:Reprodução
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Mesmo sob intensa pressão política, o governo federal articula para adiar a instalação da CPI do INSS, que investiga fraudes em benefícios previdenciários. A criação da comissão depende de uma sessão conjunta do Congresso Nacional, que ainda não está agendada. Sem essa sessão, a CPI pode ser postergada para agosto, após o recesso parlamentar.
A estratégia do governo visa reorganizar sua base aliada antes do início dos trabalhos da CPI. A situação remete ao início de 2023, quando o Palácio do Planalto buscou controlar a narrativa da CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro. Embora parlamentares reconheçam a inevitabilidade da CPI, a avaliação interna é de que postergar a leitura do pedido pode facilitar negociações sobre os cargos de comando da comissão.
Entre 2019 e 2024, a Polícia Federal identificou que 4,2 milhões de aposentados e pensionistas foram vítimas de cobranças ilegais, resultando em um desvio de mais de R$ 6 bilhões. A operação "Sem Desconto" levou à exoneração do presidente do INSS e à prisão de envolvidos no esquema. O governo enfrenta resistência tanto da oposição quanto de sua própria base, que busca um nome de confiança para a relatoria da CPI.
Pressão e Expectativas
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a instalação da CPI não é necessária, mas, se ocorrer, o governo trabalhará para garantir uma maioria entre os membros. Em paralelo, o Ministério da Previdência lançou um sistema para que beneficiários possam contestar descontos indevidos e bloqueou R$ 2,5 bilhões de entidades suspeitas.
A próxima sessão do Congresso está prevista para os dias 27 e 28 de maio, quando a oposição pretende ler o requerimento para a instalação da CPI. O requerimento já conta com 41 assinaturas de senadores e 236 de deputados. A urgência da CPI é destacada, uma vez que se trata de crimes contra aposentados e idosos.
O governo tenta atribuir a responsabilidade pelas fraudes a gestões anteriores, mas a continuidade dos contratos irregulares durante o novo governo gerou um passivo político complicado. A capacidade do governo de replicar a estratégia que lhe deu sobrevida na CPI do 8 de Janeiro será crucial para o desfecho da nova comissão.
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