CPI das Bets busca esclarecer irregularidades e não se torna um espetáculo

O Brasil enfrenta um aumento alarmante de problemas relacionados a jogos online, com relatos crescentes de vícios e dificuldades financeiras entre os jogadores. Desde a regulamentação do setor em 2018, muitas empresas ainda operam de forma ilegal, intensificando a crise.

A CPI das Bets, em andamento no Senado, investiga os impactos sociais e econômicos dos jogos online. A comissão tem ouvido depoimentos de autoridades e influenciadores, além de discutir propostas de leis para combater o vício e destinar recursos ao tratamento da ludopatia.

Dados alarmantes indicam que o número de atendimentos relacionados a jogos patológicos cresceu mais de 100% entre 2023 e 2025. O Banco Central estima que os brasileiros apostam mensalmente cerca de R$ 30 bilhões. A CPI busca separar empresas legais das ilegais e combater distorções no setor.

Durante as audiências, a presença de influenciadores como Virginia Fonseca gerou polêmica, mas também trouxe visibilidade ao debate. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) destacou a seriedade da CPI, que já resultou em investigações robustas e propostas legislativas concretas.

Projetos de lei estão sendo discutidos, como o PL 2.362/2025, que visa proibir jogos exclusivamente de sorte, e o PL 2.365/2025, que destina recursos das apostas para ampliar serviços de saúde voltados ao tratamento da ludopatia. A CPI não é um espetáculo, mas uma iniciativa séria que busca enfrentar uma crise social crescente.