Política

SuperVia encerra concessão após 27 anos com trens deteriorados e atrasos constantes

SuperVia enfrenta críticas por aumento no tempo de viagem e problemas operacionais antes da entrega do serviço ao governo em setembro de 2024.

Cenários de abandono. Trens sucateados em Deodoro e, à direita, excesso de passageiros nos horários de pico (Foto: Domingos Peixoto)

Cenários de abandono. Trens sucateados em Deodoro e, à direita, excesso de passageiros nos horários de pico (Foto: Domingos Peixoto)

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A SuperVia, concessionária do transporte ferroviário na Região Metropolitana do Rio, deve entregar o serviço ao governo até setembro de 2024. Após quase 27 anos de operação, a empresa enfrenta críticas por aumentos no tempo de viagem e problemas operacionais, como trens superlotados e composições inservíveis.

Atualmente, os passageiros gastam mais tempo nas composições do que em 1998. Em horários de pico, a diferença pode chegar a 28 minutos. Por exemplo, o trajeto da Estação Pedro II até Santa Cruz, que levava 75 minutos, agora dura 98 minutos. No ramal Belford Roxo, a viagem aumentou de 53 para 64 minutos. A situação é semelhante em outros ramais, como Japeri, onde o tempo de viagem passou de 75 para 103 minutos.

O presidente do Sindicato dos Maquinistas, Valmir de Lemos, aponta que a redução da velocidade dos trens é resultado do estado precário da via permanente, que inclui trilhos e dormentes deteriorados. O engenheiro ferroviário Hélio Suevo Rodrigues também destaca a necessidade urgente de substituições em trechos críticos.

Problemas Operacionais

A SuperVia tem enfrentado atrasos e cancelamentos frequentes. Em 2024, foram registradas quase 5 mil viagens canceladas ou interrompidas. Durante uma reportagem, foram observados trens superlotados e falhas operacionais, como portas que não fechavam corretamente. Em um incidente, passageiros tiveram que descer e caminhar pelos trilhos após o trem parar.

Além disso, a concessionária possui um "cemitério ferroviário" com 79 composições consideradas inservíveis. Essas unidades, fabricadas entre os anos 70 e 80, estão paradas em um pátio, com peças retiradas e sem manutenção. A Central Logística informou que esses trens serão leiloados.

A SuperVia afirma que a inspeção da via segue normas nacionais e internacionais. Nos últimos 18 meses, foram substituídos mais de 45 mil dormentes e 402 toneladas de trilhos. A empresa também menciona que a pandemia trouxe desafios adicionais, como a diminuição do número de passageiros e o aumento de furtos de materiais. O governo agora estuda como será a nova gestão do sistema ferroviário.

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