Hezbollah intensifica atividades na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina

O governo dos Estados Unidos anunciou uma recompensa de até US$ 10 milhões por informações sobre os mecanismos financeiros do Hezbollah na Tríplice Fronteira, que abrange Brasil, Argentina e Paraguai. A iniciativa visa desmantelar atividades de contrabando e lavagem de dinheiro associadas ao grupo, considerado uma organização terrorista por Washington e outros países.

De acordo com a Embaixada dos EUA no Brasil, o programa Rewards for Justice busca identificar redes que geram receitas para o Hezbollah na região. O grupo é acusado de financiar suas operações através de atividades ilícitas, como tráfico de drogas, falsificação de moeda e contrabando de mercadorias. O Departamento de Estado dos EUA já designou o Hezbollah como organização terrorista desde 1997 e tem monitorado suas atividades na Tríplice Fronteira há anos.

Atividades Criminosas

O Hezbollah tem sido associado a uma variedade de crimes na região, incluindo lavagem de dinheiro e comércio ilegal. Os membros do grupo também operam em setores que aparentam ser legítimos, como construção civil e comércio. O comunicado do programa de recompensas destaca que as redes do Hezbollah na Tríplice Fronteira são responsáveis por movimentar milhões de dólares, com muitos indivíduos envolvidos em atividades de arrecadação de fundos que beneficiam o grupo no Oriente Médio.

Recentemente, a Polícia Federal do Brasil prendeu três suspeitos de envolvimento com o Hezbollah durante a Operação Trapiche, que visava o financiamento de terrorismo. As investigações, que contaram com apoio de serviços de inteligência dos EUA e de Israel, revelaram planos de ataques contra a comunidade judaica no Brasil.

Preocupações Regionais

As autoridades americanas têm expressado preocupação com a presença do Hezbollah na Tríplice Fronteira, uma área conhecida por sua vulnerabilidade a atividades criminosas. Em 2002, os EUA lançaram a iniciativa "3 + 1 Group on Tri-Border Area Security", que visa fortalecer a segurança na região. Relatórios de inteligência indicam que o Hezbollah utiliza a Tríplice Fronteira como um centro para suas operações financeiras, o que inclui ligações com facções criminosas locais.

A relação do Hezbollah com o tráfico de drogas também é um ponto de atenção. Investigações apontam que o grupo pode estar colaborando com facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) para expandir suas atividades ilícitas. As autoridades continuam a monitorar a situação, buscando desmantelar as redes de financiamento do Hezbollah na América Latina.