Política

Venezuelanos enfrentam riscos e optam pela 'autodeportação' em retorno à pátria

Mais de 10 mil venezuelanos retornam ao país, enfrentando perigosas rotas marítimas, em resposta a políticas rígidas dos EUA.

Foto:Reprodução

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Mais de 10 mil venezuelanos começaram a retornar ao seu país, utilizando rotas de barco do Panamá para a Colômbia. Essa mudança ocorre em resposta às políticas rígidas do governo Trump e à deterioração das condições nos EUA.

Recentemente, grupos de migrantes, como Junior Sulbarán, enfrentaram uma jornada difícil, levando seus filhos e pertences em sacos de lixo. Sulbarán, que havia fugido da Venezuela no ano passado, descreveu a situação como um "sonho destruído". A mensagem do governo americano, alertando sobre as consequências de tentativas de entrada ilegal, tem impactado a decisão de muitos migrantes.

Desde janeiro, as autoridades panamenhas relataram que mais de 10 mil venezuelanos tomaram essa nova rota. Embora o número seja pequeno em comparação com os que buscaram refúgio nos EUA, é um indicativo de que as táticas do governo Trump estão influenciando o comportamento migratório. A porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, afirmou que "migrantes agora estão até mesmo voltando antes de chegar às nossas fronteiras."

Os desafios enfrentados pelos migrantes são significativos. Muitos estão endividados e sem documentos de viagem, o que torna o retorno ainda mais complicado. Além disso, o governo venezuelano, que deixaram para trás, é considerado hostil. A situação é agravada por relatos de que venezuelanos estão sendo alvo de deportações e detenções nos EUA.

A Jornada Perigosa

Os migrantes enfrentam uma jornada arriscada pelo Caribe, onde os barcos, muitas vezes precários, percorrem mais de 300 quilômetros. O custo da travessia é alto, com cada passageiro pagando cerca de US$ 300. A viagem é marcada por perigos, como o afogamento de uma criança em fevereiro e problemas mecânicos durante a travessia.

Adrián Corona, um dos passageiros, relatou que seu passaporte estava vencido e seu documento de identidade perdido. A maioria dos migrantes, como Geraldine Rincón, economizou por meses para conseguir embarcar. Rincón, que descobriu a rota pelo TikTok, teve que vender uma motocicleta para financiar a viagem com seus filhos.

Após uma longa jornada, os migrantes chegam a Puerto Obaldía, um vilarejo próximo à fronteira com a Colômbia. A diretora da divisão das Américas da Human Rights Watch, Juanita Goebertus, alertou que a região é controlada por grupos criminosos, tornando a situação ainda mais precária para os recém-chegados.

Os que conseguem chegar à Colômbia enfrentam a dura realidade de que seus parentes na Venezuela, muitos passando fome, têm pouco a oferecer. Sulbarán e sua esposa planejam buscar seu filho de 9 anos e, após isso, pretendem partir da Venezuela novamente.

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