14 de jun 2025



Morre Violeta Barrios de Chamorro, primeira presidenta eleita da América Latina
Violeta Barrios de Chamorro, ex presidente da Nicarágua, faleceu aos 95 anos, deixando um legado de luta pela democracia em meio à repressão.
Pedro Joaquin Chamorro com sua mãe e ex-presidente da Nicarágua Violeta Barrios de Chamorro (Foto: Oswaldo Rivas/File Photo/Reuters)
Ouvir a notícia:
Morre Violeta Barrios de Chamorro, primeira presidenta eleita da América Latina
Ouvir a notícia
Morre Violeta Barrios de Chamorro, primeira presidenta eleita da América Latina - Morre Violeta Barrios de Chamorro, primeira presidenta eleita da América Latina
Morreu neste sábado, aos 95 anos, a ex-presidente da Nicarágua, Violeta Barrios de Chamorro, em decorrência de complicações de saúde. A informação foi confirmada pela família, que destacou que ela faleceu em paz, cercada pelo amor dos filhos.
Chamorro foi a primeira mulher a presidir a Nicarágua, governando de 1990 a 1997, após derrotar Daniel Ortega, atual ditador do país. Sua trajetória política é marcada pela luta pela democracia em um contexto de repressão. Ela foi uma figura central na coalizão que derrubou a dinastia Somoza em 1979 e, posteriormente, integrou a junta que governou a Nicarágua.
Durante seu mandato, Chamorro promoveu reformas liberais e a abertura econômica, buscando recuperar o país após anos de conflito. Seu governo é lembrado como um período de respiro democrático, com avanços nas liberdades civis e na liberdade de imprensa. No entanto, sua aproximação com os Estados Unidos e a CIA gerou críticas entre os sandinistas.
Legado e Impacto
O filho de Chamorro, Carlos Fernando, diretor do jornal opositor "El Confidencial", reconheceu a importância do legado de sua mãe. Ele afirmou que, se o país tivesse seguido o caminho que ela propôs, a situação atual poderia ser diferente. Violeta também foi casada com Pedro Joaquín Chamorro Cardenal, um crítico feroz da ditadura de Somoza, assassinado em 1978.
Nos últimos anos, a ex-presidente estava afastada da política e enfrentava problemas de saúde. O intelectual nicaraguense Sérgio Ramírez, que foi vice-presidente de Ortega, destacou que a história fará justiça a Violeta, especialmente ao se considerar a situação atual do país.
A morte de Chamorro foi lamentada por diversas personalidades e organizações, que ressaltaram seu papel fundamental na história recente da Nicarágua. O Centro de Assistência Legal Interamericano e o ex-embaixador da Nicarágua na OEA expressaram condolências, reconhecendo sua contribuição à democracia e à pacificação do país.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.