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Seis em cada dez mortos pela polícia nos EUA não cometiam crimes violentos

Letalidade policial nos EUA persiste com desproporção racial, enquanto apenas 3% dos casos resultam em acusações contra agentes. A reforma é urgente.

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Há cinco anos, George Floyd foi assassinado por um policial em Minnesota, um evento que gerou protestos massivos contra a violência policial e o racismo nos Estados Unidos. A abordagem, que foi filmada e compartilhada nas redes sociais, expôs a desproporção racial na letalidade policial. Embora a população negra represente cerca de 12% do total, 24% das mortes causadas por policiais são de pessoas negras.

Dados recentes mostram que a letalidade policial continua a afetar desproporcionalmente a população negra. Em 2022, menos de 3% dos casos resultaram em acusações contra policiais, evidenciando um sistema que protege os agentes. O pesquisador Samuel Sinyangwe, responsável pela base de dados Mapping Police Violence, afirma que essa situação é uma tendência histórica que se agravou ao longo dos anos.

A morte de Floyd não apenas catalisou protestos, mas também trouxe à tona a realidade de que mais de 60% das mortes em ações policiais não envolviam crimes violentos no momento da abordagem. Em 2022, menos de 40% dos chamados à polícia eram por crimes violentos. Essa estatística revela a necessidade de uma reforma no policiamento e na justiça criminal.

Desproporção nas Acusações

A análise das acusações contra policiais revela outra desproporção racial. 94% dos promotores que lidam com esses casos são brancos, enquanto apenas 3% são negros. Apesar de serem apenas 1% do total, mulheres negras lideram 8% das acusações e 14% das condenações em múltiplos casos. Sinyangwe destaca que muitos promotores poderiam apresentar acusações, mas não o fazem, devido a conflitos de interesse.

Comparando com o Brasil, os índices de letalidade policial nos EUA são menores. O país apresenta uma taxa de 1,23 mortes por policiais a cada 100 mil habitantes, enquanto o Brasil tem uma taxa de 3,1. Estados brasileiros como Amapá e Bahia têm taxas muito superiores, refletindo uma realidade complexa em relação à violência policial.

Sinyangwe acredita que a conscientização sobre o problema está crescendo e que há um movimento mais forte pressionando por mudanças. A situação atual exige um olhar crítico sobre a proteção excessiva dos policiais e a necessidade de responsabilização efetiva.

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