Mulheres devem planejar carreira para garantir aposentadoria segura, afirma especialista

Quando se trata de aposentadoria, as mulheres brasileiras enfrentam desafios significativos. Cerca de 40% delas estão em empregos informais, o que dificulta a contagem do tempo de contribuição. A reforma da Previdência de 2019, que aumentou as exigências de idade e tempo de contribuição, agravou ainda mais essa situação.

A advogada previdenciária Helen Assad destaca que jornadas duplas e interrupções na carreira devido à maternidade são comuns. Muitas mulheres precisam deixar o mercado de trabalho para cuidar dos filhos, o que não é sempre contabilizado como tempo de contribuição. Isso leva a um adiamento do pedido de aposentadoria ou à aceitação de valores menores.

A informalidade é um dos principais obstáculos. Segundo dados do IBGE, 40% das mulheres ocupadas estão em atividades sem registro formal. Sem contribuições regulares ao INSS, muitas enfrentam dificuldades para comprovar o tempo necessário para se aposentar. Essa realidade se torna ainda mais complexa após as mudanças na legislação previdenciária.

Estratégias e Planejamento

Existem estratégias legais que podem ajudar a minimizar os impactos da informalidade e das interrupções na carreira. O pagamento retroativo de contribuições e a utilização de tempo de trabalho rural ou informal com documentação complementar são algumas opções. Informar-se é crucial, pois muitas mulheres buscam orientação apenas quando estão prestes a se aposentar.

O planejamento da aposentadoria deve ser uma prioridade. Cuidar da aposentadoria é um gesto de autonomia, que vai além de garantir um futuro financeiro. Entender como o sistema previdenciário funciona é fundamental para transformar a posição da mulher nesse contexto. Cada decisão conta, e a construção da aposentadoria começa muito antes do pedido oficial.