Um novo estudo revelou que os quatro principais grupos nativos da América do Sul enfrentaram uma queda populacional de até 80% nos últimos 10.000 anos. Essa pesquisa, liderada pela Universidade Tecnológica Nanyang, em Singapura, analisou o DNA de mais de 1.500 pessoas de 139 grupos étnicos. Os resultados mostram que esses grupos, como os andinos e os patagônicos, sofreram isolamento geográfico, o que reduziu sua diversidade genética. Os patagônicos, como os kawésqar, estão em risco de extinção, e sua genética é tão limitada quanto a de populações isoladas em ilhas. Além disso, a pesquisa destaca que as adaptações genéticas desses grupos, que os ajudaram a sobreviver em ambientes extremos, podem não ser suficientes diante das mudanças climáticas atuais, aumentando os riscos à saúde. O estudo também identificou variantes genéticas que podem afetar a resposta a medicamentos e a saúde geral.
Um novo estudo revela que os quatro grandes grupos nativos da América do Sul enfrentaram um declínio populacional de até 80% nos últimos 10.000 anos. A pesquisa, liderada pelo Consórcio Genome Asia 100K, foi publicada na revista *Science* e analisa a diversidade genética de populações tradicionalmente ignoradas.
Os pesquisadores sequenciaram o genoma de mais de 1.500 indivíduos de 139 grupos étnicos da Ásia e América. O estudo destaca que os grupos nativos da América do Sul, como os andinos, amazônicos, habitantes do Chaco e patagônicos, sofreram perdas significativas. Os patagônicos, como os kawésqar, estão “à beira da extinção”, com uma redução populacional de até 80%.
Implicações Genéticas
A pesquisa também aponta que a diversidade genética desses grupos é comparável à dos nativos das Ilhas Andaman. A análise genética revela que as populações atuais têm menor variedade genética, o que as torna mais vulneráveis a novas doenças. A primeira autora do estudo, Elena Gusareva, afirma que as adaptações genéticas podem se tornar incompatíveis com as mudanças climáticas atuais, gerando futuros desafios de saúde.
Além disso, o estudo identificou variantes genéticas que podem afetar a eficácia de alguns medicamentos e adaptações benéficas, como um melhor metabolismo em climas frios. A pesquisa ressalta a conexão entre o ambiente e o genoma humano ao longo da história.
Diversidade Genética no Brasil
Um segundo estudo, também publicado na *Science*, analisa o genoma de 2.700 brasileiros, destacando que o Brasil é um dos países mais geneticamente diversos do mundo. A diversidade genética é resultado da mistura entre colonos europeus, escravos africanos e nativos, resultando em quase nove milhões de variantes genéticas novas.
Essas variantes têm implicações significativas para a saúde global, incluindo fertilidade e metabolismo. O estudo também identificou mais de 35.000 mutações originárias de nativos africanos e americanos relacionadas a várias doenças.
Extinção da Megafauna
Um terceiro estudo investiga a extinção da megafauna americana, que ocorreu há cerca de 10.000 anos. Essa extinção pode ter impactado comunidades nativas que dependiam da caça. A pesquisa analisou 70 genomas de fósseis de cavalos selvagens, confirmando um intercâmbio genético constante entre animais da Eurásia e da América até o desaparecimento do ponte de gelo do estreito de Bering.
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