Saúde

Jumentos enfrentam risco de extinção com queda para apenas 78 mil no Brasil

Abate de jumentos no Brasil reduz população em 94% e gera alerta sobre extinção iminente até 2030, impulsionando propostas de proteção.

Mercado envolvendo jumentos movimenta 6,4 bilhões de dólares — Foto: Divulgação/Proteção Animal Mundial

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A extração de colágeno da pele de jumentos para a produção de ejiao, um produto da medicina tradicional chinesa, tem causado uma queda alarmante na população desses animais. No Brasil, mais de 1 milhão de jumentos foram abatidos nas últimas três décadas, resultando em uma redução de 94% da população, segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos. O número de jumentos no país caiu de 1,37 milhão para cerca de 78 mil.

O professor Pierre Barnabé Escodro, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), alerta que, se a situação continuar, a espécie pode desaparecer do Brasil até 2030. Recentemente, cerca de 150 participantes, incluindo cientistas, se reuniram em Maceió para discutir estratégias de conservação e a aprovação de um projeto de lei que visa proibir o abate de jumentos em todo o país. Atualmente, três frigoríficos na Bahia têm autorização para realizar o abate, mas a falta de rastreabilidade e controle sobre os maus-tratos é uma preocupação crescente.

Pesquisadores apontam que a atividade é insustentável. Escodro afirma que produzir jumentos para abate não é economicamente viável e que a exploração contínua leva ao esgotamento do recurso. Um estudo recente revelou que 104 jumentos abandonados destinados ao abate apresentavam sinais de inflamação, indicando negligência e sofrimento. Em 2022, uma proposta na Assembleia Legislativa da Bahia para proibir o abate foi rejeitada, gerando reações de entidades de defesa animal.

Impacto Global

O comércio de ejiao, que movimenta cerca de 6,4 bilhões de dólares anualmente, resulta no abate de aproximadamente 5,9 milhões de jumentos em todo o mundo. No Brasil, a pele de um jumento pode ser vendida por até US$ 4 mil, elevando o preço do animal vivo de R$ 100 para até R$ 500. A situação é crítica em outros países, como o Egito, que praticamente perdeu sua população de jumentos. Em resposta, a União Africana implementou uma moratória de 15 anos para o abate comercial.

No Brasil, alternativas estão sendo discutidas, como a criação de santuários e a reintegração dos jumentos em atividades econômicas, como a agricultura familiar e a "jumentoterapia". Essas iniciativas visam não apenas a conservação da espécie, mas também a valorização do papel dos jumentos na sociedade.

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