Astrônomos observaram pela primeira vez um “duelo cósmico” entre duas galáxias a mais de 11 bilhões de anos-luz da Terra. Nesse evento, um quasar, que é um núcleo brilhante alimentado por um buraco negro supermassivo, emite radiação intensa que impede a formação de novas estrelas na galáxia vizinha. As galáxias estão colidindo a uma velocidade de 500 quilômetros por segundo, se chocando e se afastando repetidamente. A radiação do quasar é mil vezes mais forte do que a da Via Láctea, dispersando nuvens de gás que são essenciais para a criação de estrelas. Essa pesquisa, realizada com telescópios ALMA e Very Large Telescope, mostra como a radiação afeta o gás estelar e revela um período em que colisões galácticas e quasares eram mais comuns. Além de prejudicar a galáxia vizinha, o quasar se fortalece com o gás empurrado em direção a ele, criando um ciclo que intensifica sua atividade. Essa descoberta ajuda a entender melhor a evolução do universo em seus estágios iniciais.
Astrônomos registraram pela primeira vez um “duelo cósmico” entre duas galáxias, onde um quasar emite radiação intensa que interrompe a formação de novas estrelas na galáxia vizinha. O fenômeno foi observado a mais de 11 bilhões de anos-luz da Terra e detalhado em um estudo publicado na revista Nature.
O evento envolve duas galáxias colidindo a uma velocidade de 500 quilômetros por segundo. A cada aproximação, elas se chocam violentamente antes de se afastarem, preparando-se para um novo embate. Uma das galáxias possui um quasar, núcleo brilhante alimentado por um buraco negro supermassivo, que emite radiação capaz de desorganizar as nuvens de gás e poeira onde as estrelas normalmente se formam.
Sergei Balashev, do Instituto de Astrofísica de Paris, destacou que esta é a primeira observação do efeito da radiação de um quasar na estrutura interna do gás de uma galáxia. O fenômeno revela um universo em um estágio em que colisões galácticas e a presença de quasares eram mais comuns, representando apenas 18% da idade atual do universo.
Impacto da Radiação
A radiação do quasar é mil vezes mais intensa do que a da Via Láctea, dispersando nuvens de hidrogênio essenciais para a formação estelar. Após essa dispersão, as nuvens não possuem massa suficiente para colapsar e gerar novas estrelas. Balashev afirmou que a pesquisa oferece uma visão rara sobre um período em que a formação de estrelas era mais prevalente.
Os telescópios ALMA e Very Large Telescope (VLT) foram fundamentais para a observação. O ALMA forneceu imagens em alta resolução, permitindo distinguir claramente as duas galáxias, enquanto o VLT analisou como a luz do quasar interagia com a galáxia afetada. Essa combinação de dados possibilitou entender como a radiação altera o comportamento do gás estelar.
Ciclo Destrutivo
Além de prejudicar a galáxia vizinha, o quasar se fortalece com o impacto. O choque entre as galáxias empurra grandes quantidades de gás em direção ao buraco negro central da galáxia agressora, alimentando ainda mais o quasar. Esse ciclo destrutivo se retroalimenta, intensificando a atividade do quasar.
A pesquisa não apenas ilumina a dinâmica das colisões galácticas, mas também oferece insights sobre a evolução do universo em seus estágios iniciais. A observação deste fenômeno é um marco na astrofísica, revelando a complexidade das interações entre galáxias e quasares.
Entre na conversa da comunidade