15 de jun 2025

IA revela novos insights sobre os Manuscritos do Mar Morto
Pesquisadores da Universidade de Groningen utilizam IA para datar Manuscritos do Mar Morto, revelando textos do século II a.C. e novas perspectivas sobre os essênios.
Os valiosos documentos: análise reescreve a vida no Oriente Médio (Foto: Gali Tibbon/AFP)
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Entre 1946 e 1956, arqueólogos descobriram quase 1.000 pergaminhos nas cavernas de Qumran, na Cisjordânia. Os Manuscritos do Mar Morto, como são conhecidos, são essenciais para o entendimento do judaísmo e do cristianismo. Contudo, a datação precisa desses textos sempre foi um desafio.
Pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, desenvolveram uma nova ferramenta chamada Enoch, uma inteligência artificial que combina datação por radiocarbono e paleografia. Essa inovação revelou que alguns textos são mais antigos do que se pensava, datando do século II a.C..
Os manuscritos incluem textos bíblicos e comentários religiosos, mas sua datação era dificultada pela falta de referências históricas. O Enoch utiliza uma calibragem inicial com carbono-14 para estimar a idade dos pergaminhos. Em seguida, a IA analisa padrões gráficos, como variações na caligrafia, para fornecer estimativas mais precisas.
No primeiro teste, foram analisados 135 fragmentos, e os resultados mostraram que textos antes atribuídos ao século I a.C. agora podem ser datados do século II a.C. Essa descoberta pode alterar a compreensão sobre a origem da seita dos essênios, que produziu os manuscritos. Se os textos são mais antigos, isso sugere que a seita surgiu antes de eventos significativos, como a revolta dos macabeus.
O coordenador do projeto, Mladen Popovic, destacou que o Enoch é uma ferramenta não destrutiva, permitindo a análise sem a coleta de novas amostras. Além disso, a IA pode identificar diferentes escribas em um mesmo texto, oferecendo novas perspectivas sobre a produção dos manuscritos.
Com a possibilidade de analisar mais documentos, novas descobertas podem surgir em breve. O Enoch representa uma nova era na pesquisa arqueológica, permitindo um diálogo mais profundo com as civilizações do passado.
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