Pinin Brambilla, uma especialista em conservação, começou a restaurar o famoso mural “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, em 1977, em Milão. A pintura, feita em 1498, estava em péssimo estado devido a uma técnica que não fixou bem as cores. Brambilla ficou surpresa ao ver que a obra estava coberta por gesso e tinta de restaurações anteriores. Ao longo dos anos, seis restauradores tentaram preservar a pintura, mas suas intervenções mudaram as expressões dos apóstolos. A equipe de Brambilla trabalhou cuidadosamente, removendo camadas de tinta com ferramentas especiais. A técnica escolhida por Da Vinci, que não usou o método tradicional de afresco, foi considerada um erro que acelerou a degradação da obra. Fatores como umidade, fumaça e vandalismo também danificaram a pintura. Após mais de 20 anos de trabalho, a restauração foi finalizada em 1999, recuperando as cores e detalhes originais, permitindo que os rostos dos apóstolos mostrassem melhor a emoção do momento da Última Ceia. Brambilla se sentiu triste ao terminar o projeto, como se uma parte dela ficasse com a obra.
Restauração de “A Última Ceia” revela detalhes originais após décadas de deterioração
Em 1977, a especialista italiana Pinin Brambilla iniciou a complexa restauração do mural “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, em Milão. A obra, pintada em 1498, sofria com a deterioração causada por uma técnica experimental que não fixou os pigmentos. Brambilla faleceu em 2020, mas seu trabalho revitalizou o famoso painel.
A conservadora se surpreendeu com o estado da pintura ao iniciar o projeto. “Não dava para ver a pintura original, estava completamente coberta por gesso e mais tinta”, relatou Brambilla em entrevista à BBC em 2016. A restauração revelou que intervenções anteriores haviam alterado as características dos apóstolos.
Desde o final do século XV, seis restauradores tentaram preservar a obra, mas sem sucesso. Cada tentativa modificava a fisionomia e as expressões dos personagens. A equipe de Brambilla trabalhou em pequenos fragmentos, removendo camadas de tinta com instrumentos cirúrgicos e lupas.
A técnica utilizada por Da Vinci, que rejeitava o tradicional afresco, foi apontada como o “grande erro” que acelerou a degradação. O artista optou por pintar com têmpera ou óleo sobre gesso seco, o que impediu a fixação dos pigmentos na parede.
Além da técnica, a umidade, a fumaça da cozinha e até mesmo atos de vandalismo contribuíram para o desgaste da pintura. Durante a Revolução Francesa, os olhos dos apóstolos foram riscados, e na Segunda Guerra Mundial o refeitório foi bombardeado.
Após mais de 20 anos de trabalho minucioso, a restauração foi concluída em 1999. A obra recuperou cores originais e detalhes perdidos, permitindo que os rostos dos apóstolos expressassem o drama do momento da Última Ceia. Brambilla expressou tristeza ao finalizar o projeto, sentindo que uma parte de si permanecia com a obra.
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