16 de jul 2025
Milhares de haitianos realizam peregrinação anual em meio a gangues e violência
Gangues dominam o Haiti e cancelam a peregrinação ao Saut d’Eau, forçando fiéis a buscar alternativas em meio à crescente violência.
Peregrinos assistem a uma missa celebrando a Festa de Nossa Senhora do Carmo na igreja homônima no bairro Pétion-Ville, em Porto Príncipe, Haiti, na quarta-feira, 16 de julho de 2025. (Foto: AP Photo/Odelyn Joseph)
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Haiti enfrenta uma grave crise de violência, com gangues dominando áreas como Port-au-Prince e um aumento alarmante no número de mortes e deslocamentos forçados. A tradicional peregrinação ao Saut-d’Eau, que atrai milhares de fiéis anualmente, foi cancelada devido ao controle das gangues. Em vez disso, milhares se reuniram em uma pequena igreja na capital para honrar a Virgem Maria e a deusa Vodou Erzulie.
A cidade de Saut-d’Eau, famosa por sua cachoeira sagrada, foi atacada por gangues em março, resultando em um controle total da área. O evento religioso, que simboliza a purificação e a esperança, não pôde ser realizado, levando os fiéis a buscarem alternativas. Ti-Marck Ladouce, um dos participantes, expressou sua tristeza: "Não ir a Saut-d’Eau é terrível. A água é tão fresca que lava toda a maldade ao seu redor."
A pequena igreja em Port-au-Prince ficou superlotada, com pessoas acendendo velas e rezando por proteção em meio ao aumento da violência. Daniel Jean-Marcel, que liderou as orações, agradeceu pela sobrevivência em um ambiente tão hostil, onde mais de 1,3 milhão de pessoas foram deslocadas nos últimos anos. "Não temos para onde ir", afirmou.
Enquanto isso, gangues como a Canaan e 400 Mawozo estão se tornando cada vez mais audaciosas. Recentemente, líderes dessas facções foram vistos em uma igreja de Saut-d’Eau, distribuindo dinheiro aos moradores. Jacques Plédé, um dos fiéis, lamentou a situação: "É vergonhoso que as gangues tenham tomado um dos lugares mais bonitos do país."
A situação em Haiti continua crítica, com a violência afetando a vida cotidiana e a fé da população. Hugens Jean, um dos presentes na igreja, destacou a necessidade de libertação: "Um dia, precisamos ser livres desses ataques sistemáticos." A luta pela sobrevivência e pela fé persiste em meio ao caos.
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