Mudanças climáticas devastam verão europeu com calor extremo e desastres naturais

Recentes mudanças climáticas têm impactado severamente a Europa, com temperaturas extremas e perda de praias em países como Espanha, Itália e Grécia. A situação se agravou na Espanha, onde recordes de calor e erosão costeira estão transformando destinos turísticos em áreas menos atrativas.

Na praia de Montgat, próxima a Barcelona, a areia que antes permitia a construção de castelos agora é escassa. Sofia Mella, de 19 anos, lamenta a situação, afirmando que "daqui até lá era tudo areia". As tempestades e o aumento do nível do mar têm contribuído para essa perda, com Barcelona registrando a diminuição de 30 mil metros quadrados de areia nos últimos cinco anos.

O calor extremo também tem gerado preocupações com a saúde pública. Em El Granado, temperaturas chegaram a 46°C, um recorde para junho. Especialistas alertam que o calor excessivo tem elevado o número de mortes, especialmente entre idosos e doentes. Em Valência, enchentes no ano passado resultaram em mais de 200 fatalidades.

Respostas Governamentais

Diante desse cenário, o governo espanhol está adotando medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A ministra Sira Rego destacou que a mudança climática é a maior ameaça à humanidade e que a transição ecológica é prioridade. O governo busca atrair investimentos em energia sustentável e criar empregos verdes.

Cidades como Barcelona estão implementando estratégias para enfrentar o calor. A vice-prefeita Laia Bonet mencionou a criação de abrigos climáticos e um investimento de 1,8 bilhão de euros para tornar a cidade mais sustentável. Medidas incluem a instalação de estruturas de sombra e a recuperação de praias com areia de obras.

Impacto no Turismo

O turismo, que representa cerca de 15% da economia de Barcelona, enfrenta desafios. Moradores e turistas têm buscado alternativas para escapar do calor. Enquanto alguns sonham com destinos mais frescos, como a Galícia, outros temem que a indústria do turismo se adapte, alterando calendários escolares para permitir viagens em meses mais amenos.

Daniel Pardo Rivacoba, ativista de Barcelona, acredita que o calor extremo não reduzirá o turismo de massa, pois a indústria está disposta a explorar todas as oportunidades. Moradores, como Mercedes López, expressam preocupações sobre o impacto econômico de um colapso no turismo, mas também reconhecem que o calor pode proporcionar um alívio temporário da multidão de turistas.