23 de jul 2025
Ácido novo é detectado na chuva e especialistas alertam para riscos ambientais
Agências alemãs pedem que o trifluoroacético seja classificado como tóxico para a reprodução, aumentando a pressão por regulamentações mais rigorosas.

A água da chuva contém níveis crescentes de um produto químico feito pelo homem chamado ácido trifluoroacético (TFA). (Foto: Ali Majdfar/Getty)
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O trifluoroacético (TFA), um composto químico amplamente detectado em ambientes e organismos, está sob crescente escrutínio na Europa. Recentemente, agências alemãs solicitaram à Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) que classifique o TFA como tóxico para a reprodução. Essa ação surge em meio a alertas de cientistas sobre os riscos potenciais do TFA e a proposta de um banimento geral dos PFAS (substâncias per- e polifluoroalquiladas).
Estudos indicam que os níveis de TFA aumentaram significativamente nas últimas décadas. Em árvores na Alemanha, as concentrações subiram de cinco a dez vezes. Além disso, amostras de gelo do Ártico canadense e águas subterrâneas na Dinamarca também revelaram elevações nos níveis de TFA. O composto é resistente à degradação, acumulando-se no meio ambiente devido à sua estrutura química.
Embora a ECHA tenha aberto um período de comentários públicos sobre a classificação do TFA, a discussão sobre sua toxicidade é polarizada. Enquanto alguns especialistas argumentam que o TFA não deve ser considerado um PFAS devido à sua baixa capacidade de acumulação em organismos, outros alertam para os riscos à saúde e ao meio ambiente. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) considera o TFA de risco mínimo, mas a pressão para reavaliar essa posição está aumentando.
A origem do TFA é multifacetada, envolvendo desde processos industriais até a degradação de produtos químicos. O composto é utilizado em diversas indústrias, incluindo agroquímica e farmacêutica, e pode ser liberado durante a fabricação e descarte de produtos. Além disso, a pesquisa sobre suas implicações na saúde humana ainda é incipiente, mas alguns estudos indicam que o TFA pode ter efeitos biológicos significativos, como a redução de lipídios e colesterol em modelos animais.
Com o aumento da conscientização sobre os riscos do TFA, a pressão para regulamentações mais rigorosas está crescendo. A situação se torna ainda mais complexa à medida que diferentes países adotam abordagens variadas em relação ao composto. A discussão continua, refletindo a necessidade urgente de entender melhor os impactos do TFA e de outros PFAS na saúde pública e no meio ambiente.
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