Corpo humano deve ser prioridade para salvar vidas em ondas de calor
Cerca de 110 mil mortes por calor na Europa destacam a urgência de novas estratégias de avaliação de riscos à saúde até 2050

Uma pessoa na Califórnia se molha durante uma onda de calor em 2024. (Foto: Etienne Laurent/AFP via Getty)
Ouvir a notícia:
Corpo humano deve ser prioridade para salvar vidas em ondas de calor
Ouvir a notícia
Corpo humano deve ser prioridade para salvar vidas em ondas de calor - Corpo humano deve ser prioridade para salvar vidas em ondas de calor
Cerca de 110 mil mortes relacionadas ao calor foram registradas na Europa entre os verões de 2022 e 2023, um número alarmante que equivale a um acidente aéreo com um avião lotado ocorrendo diariamente por 16 semanas. As consequências do calor extremo vão além das fatalidades, afetando a saúde mental e física da população, aumentando a violência e prejudicando o aprendizado das crianças nas escolas.
As projeções indicam que, sem adaptações adequadas, as mortes relacionadas ao calor podem aumentar em 3,7 vezes até 2050, caso as temperaturas globais subam 2 °C em relação aos níveis pré-industriais. Em 2024, a média global já superou 1,5 °C, acendendo um alerta sobre a urgência de medidas eficazes.
Novas Abordagens para Avaliação de Risco
Atualmente, a maioria dos sistemas de alerta sobre riscos à saúde relacionados ao calor utiliza apenas a temperatura do ar como parâmetro. No entanto, essa abordagem ignora fatores cruciais, como radiação, umidade e velocidade do vento, que influenciam a capacidade do corpo humano de se resfriar. Pesquisadores estão desenvolvendo modelos que integram dados fisiológicos e meteorológicos para calcular o risco individual de saúde em situações de calor extremo.
Um exemplo é a ferramenta HeatWatch, que permite aos usuários criar perfis pessoais com informações sobre idade, condições de saúde e acesso a ar-condicionado. A partir disso, a plataforma fornece previsões de risco de saúde e recomendações personalizadas para enfrentar o calor.
Impactos Econômicos e Sociais
Além das consequências diretas à saúde, o estresse térmico no ambiente de trabalho pode custar à economia global cerca de US$ 2,4 trilhões por ano em perda de produtividade até 2030. A falta de dados precisos sobre mortes e doenças relacionadas ao calor limita a eficácia das medidas de prevenção e a capacidade de resposta das autoridades.
A implementação de soluções como áreas verdes e sombra nas cidades é essencial, mas deve ser avaliada com foco na proteção das pessoas, e não apenas na redução da temperatura do ambiente. A adaptação às altas temperaturas requer uma abordagem mais holística, que considere as características individuais e as condições ambientais para proteger a saúde da população.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.