Vacinas de RNAm contra HIV mostram forte resposta imune em novo estudo
Duas vacinas de RNA mensageiro contra o HIV geram anticorpos em 80% dos participantes e podem revolucionar o combate ao vírus

O vírus do HIV (amarelo), infectando uma célula humana. (Foto: National Cancer Institute / Unsplash)
Ouvir a notícia:
Vacinas de RNAm contra HIV mostram forte resposta imune em novo estudo
Ouvir a notícia
Vacinas de RNAm contra HIV mostram forte resposta imune em novo estudo - Vacinas de RNAm contra HIV mostram forte resposta imune em novo estudo
Duas vacinas candidatas de RNA mensageiro (RNAm) contra o HIV mostraram resultados promissores em testes com humanos e animais, gerando anticorpos neutralizantes em 80% dos vacinados. Os estudos foram publicados na revista Science Translational Medicine e representam um avanço significativo na luta contra o vírus.
Cerca de 41 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, sendo 1 milhão no Brasil. O desenvolvimento de vacinas eficazes contra o HIV tem sido desafiador devido à capacidade do vírus de se esconder e mutar rapidamente. As novas vacinas utilizam tecnologia semelhante àquela aplicada nos imunizantes contra a Covid-19, permitindo uma resposta imunológica robusta.
Os pesquisadores focaram em um complexo de proteínas chamado "trímero do envelope", essencial para a infecção das células imunológicas. As vacinas testadas induziram a produção de duas versões do trímero: uma que flutua livremente e outra que permanece ligada à célula. Os resultados indicaram que a versão ligada gerou uma resposta imunológica mais forte, com anticorpos neutralizantes sendo produzidos em uma porcentagem significativa dos participantes.
Testes e Resultados
O estudo em humanos envolveu 108 adultos saudáveis e foi projetado para avaliar a segurança das vacinas. Os resultados mostraram que as vacinas foram bem toleradas, com efeitos colaterais leves, como fadiga e dor de cabeça. No entanto, 6,5% dos participantes relataram urticária leve a moderada, com a maioria dos sintomas resolvendo-se com anti-histamínicos.
Os pesquisadores destacam que a produção de células B de memória é um ponto positivo, pois essas células ajudam o corpo a responder rapidamente a infecções futuras. A médica infectologista Sharon Lewin comentou que a diferença nos resultados entre as vacinas foi "bastante impressionante".
Se os efeitos colaterais puderem ser minimizados em versões futuras e os resultados se confirmarem em estudos mais amplos, as vacinas de RNAm podem se tornar uma ferramenta transformadora na luta contra o HIV, segundo Seth Cheetham, diretor do Centro Australiano de Vacinas de RNAm.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.