Butantan cria anticorpo monoclonal para proteger gestantes contra Zika
Instituto Butantan avança no desenvolvimento de anticorpos monoclonais para proteger gestantes contra o vírus Zika e suas complicações congênitas

Ana Maria Moro, diretora do CeRDI e do Laboratório de Biofármacos do Butantan, é responsável pelo desenvolvimento da linhagem celular experimental. (Foto: Divulgação / Instituto Butantan)
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O Instituto Butantan está desenvolvendo um medicamento baseado em anticorpos monoclonais para prevenir a infecção pelo vírus Zika em gestantes. A iniciativa visa proteger mulheres em áreas afetadas por surtos, evitando que o vírus seja transmitido aos bebês, o que pode resultar em malformações congênitas.
Os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório e funcionam como uma forma de imunização passiva, entregando diretamente os anticorpos prontos ao organismo. Essa abordagem difere da vacina, que estimula a produção de defesas pelo sistema imunológico. O tratamento está em fase de desenvolvimento, utilizando anticorpos já validados por pesquisadores da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos.
O diretor do Butantan, Esper Kallás, destacou a importância do desenvolvimento do medicamento, lembrando que a epidemia de Zika entre 2015 e 2016 resultou em um aumento significativo de casos de síndrome congênita. Ele alertou que a população ainda é suscetível ao vírus, especialmente em regiões onde o mosquito Aedes aegypti é abundante.
Avanços na Pesquisa
Os testes clínicos em gestantes estão planejados e serão realizados em três fases para garantir a segurança e eficácia do tratamento. Kallás enfatizou que a epidemia de Zika pode ocorrer rapidamente, e a proteção das gestantes é uma prioridade. Em 2020, estudos com macacas rhesus prenhas mostraram que a administração dos anticorpos reduziu a carga viral e limitou a transmissão vertical do vírus.
A diretora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Imunobiológicos, Ana Maria Moro, explicou que os anticorpos monoclonais têm um tempo de vida médio de três semanas. O objetivo é modificar a terapia para que os anticorpos permaneçam no organismo por mais tempo, garantindo proteção durante toda a gestação com uma única administração.
Kallás também ressaltou que o medicamento não substituirá uma vacina contra o Zika, que está em desenvolvimento. Ambas as abordagens são complementares na luta contra doenças infecciosas, especialmente em populações vulneráveis.
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