08 de jul 2025
Recuperação judicial deve atingir recorde em 2025 com juros altos e inadimplência crescente
Cenário econômico pressiona empresas e projeta recorde de pedidos de recuperação judicial em 2025, com expectativa de 2400 solicitações.

Invepar é acionista majoritária do aeroporto de Guarulhos (Foto: Reinaldo Marques/VEJA)
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A economia brasileira enfrenta um cenário desafiador com a taxa Selic em 15% ao ano, o que tem pressionado o consumo e a capacidade de pagamento das empresas. A recuperação judicial (RJ) surge como uma alternativa para negócios em dificuldades financeiras. A Serasa Experian prevê um novo recorde de pedidos de RJ em 2025, com 638 solicitações até abril e uma expectativa de que esse número chegue a 2400 casos ao longo do ano.
Os altos juros têm um impacto gradual, e a economista-chefe da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, destaca que, embora tenha havido uma queda de 6,9% nos pedidos em relação ao mesmo período do ano anterior, a tendência é de aumento. "A economia mais forte no início de 2025 contribui para segurar os pedidos de recuperação judicial nos primeiros meses do ano. Mas conforme a taxa de juros faz efeito na economia, uma das consequências será o aumento desses pedidos", afirma.
Diversas empresas já recorreram à RJ em 2025, incluindo a fabricante de produtos de limpeza Bombril, duas subsidiárias da Oi, a faculdade FMU e até o clube de futebol Vasco. O aumento da inadimplência, que já atinge 7,7 milhões de empresas, é um dos fatores que justificam a expectativa de crescimento nos pedidos de recuperação. Luiz Alberto Paiva, fundador da Corporate Consulting, ressalta que a crise de liquidez está se agravando, levando empresas a buscar essa proteção jurídica.
Situação Atual das Empresas
A recuperação judicial não é uma solução simples, pois muitas vezes implica em restrições severas para as empresas. Para evitar essa situação, algumas companhias, como a Invepar, têm buscado alternativas, como o mecanismo de "standstill", que prorroga a data de vencimento das dívidas. A Invepar, que administra o aeroporto de Guarulhos e rodovias, está em negociações com credores até 17 de julho.
A combinação de juros elevados e a crescente inadimplência sugere que o cenário econômico pode se deteriorar ainda mais, levando a um aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial nos próximos meses. As empresas de setores cíclicos, mais ligadas à economia doméstica, são as mais afetadas, e a expectativa é que novos recordes sejam alcançados em um futuro próximo.
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