Heineken eleva preços de cervejas e afeta mercado de bebidas no Brasil

A Heineken anunciou um aumento de 6% nos preços de suas cervejas, que será implementado a partir de julho de 2024. Este é o primeiro ajuste desde abril do mesmo ano e ocorre em um cenário onde a Ambev já havia repassado a inflação aos seus produtos no início de 2024.

O movimento da Heineken é significativo, pois a empresa vinha segurando seus preços para ganhar participação de mercado. Analistas do Bradesco BBI observam que essa decisão pode indicar uma nova dinâmica competitiva no setor de cervejas, especialmente após a inauguração da nova cervejaria da Heineken.

A estratégia de aumento de preços pode ser uma resposta ao crescimento da participação de mercado da Heineken, que busca expandir sua presença no segmento mainstream. As ações da Ambev, por sua vez, reagiram positivamente, subindo 1,73% e alcançando R$ 13,50 no Ibovespa.

Análise do Mercado

Os especialistas destacam que o aumento de preços da Heineken pode sinalizar um ambiente mais racional para o setor. A capacidade da Ambev de equilibrar preços e volumes será crucial para sua trajetória futura. Apesar de uma margem Ebitda estável projetada para 2025, as ações da Ambev estão sendo negociadas a cerca de 14,5x P/E, o que pode se tornar mais atraente se a confiança no crescimento do lucro retornar.

O cenário atual apresenta desafios, com sinais de desaceleração na indústria cervejeira brasileira. A recuperação das margens da Ambev será fundamental para o desempenho de suas ações, enquanto a Heineken tenta consolidar sua estratégia de crescimento em volume. A análise dos resultados do segundo trimestre de 2025 será essencial para entender a relação entre preços e volumes no setor.