28 de jul 2025
Indústria automotiva pode revisar R$ 180 bilhões em investimentos com apoio do governo
BYD pede redução de tarifas de importação, gerando incertezas sobre os investimentos de R$ 180 bilhões na indústria automotiva brasileira até 2030.

Igor Calvet, presidente da Anfavea, na sede da associação, em Brasília (Foto: WILTON JUNIOR)
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A indústria automotiva brasileira pode rever seus planos de investimento de R$ 180 bilhões até 2030, caso o governo de Luiz Inácio Lula da Silva aceite o pedido da BYD para a redução das tarifas de importação. A solicitação inclui a diminuição das taxas de 20% para 5% nos kits SKD e de 18% para 10% nos kits CKD, que serão utilizados na nova fábrica da empresa em Camaçari, na Bahia.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, expressou preocupação com a possibilidade de que essa mudança nas tarifas prejudique a competitividade da indústria local. Ele destacou que a redução das alíquotas pode levar as empresas a reavaliar seus investimentos, o que seria um retrocesso para a produção nacional.
Impactos da Importação
Calvet também mencionou que a indústria automotiva já enfrenta desafios significativos, como uma queda de 6,5% na produção e uma redução de 10% nas vendas no varejo no primeiro semestre deste ano. Além disso, foram registrados 228 mil emplacamentos de veículos importados apenas nos primeiros seis meses de 2023, o que representa uma pressão adicional sobre o setor.
A reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que avaliará o pedido da BYD, está agendada para o dia 30 de julho. Essa data é especialmente crítica, pois coincide com a iminente implementação de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras nos Estados Unidos, aumentando a incerteza no setor.
Preocupações com a Produção Nacional
Calvet alertou que a aceitação do pedido da BYD pode transformar a produção nacional em uma mera montagem, caracterizando o Brasil como uma maquila. Ele enfatizou que a produção local deve agregar valor e não se limitar a um simples encaixe de peças. A redução das tarifas pode resultar em um aumento significativo das importações, prejudicando ainda mais a indústria nacional e a geração de empregos.
A situação exige atenção, pois a indústria automotiva brasileira já enfrenta um cenário desafiador. A decisão do governo será crucial para definir o futuro da produção e da competitividade do setor no país.
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