Estados Unidos impõem tarifa de 39% à Suíça, mas novo prazo traz esperança

A Suíça enfrenta um novo desafio comercial após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 39% sobre produtos suíços. A decisão, divulgada na sexta-feira, dia da independência suíça, pegou o país de surpresa, especialmente considerando que as negociações anteriores indicavam uma taxa muito menor, entre 10% e 15%.

O impacto dessa tarifa é significativo, uma vez que os EUA representam cerca de 16% das exportações suíças, com a indústria farmacêutica sendo a mais afetada. Produtos como medicamentos e dispositivos médicos, que compõem aproximadamente 60% das exportações para os EUA, estão entre os mais vulneráveis. Em 2022, a Suíça exportou US$ 60,9 bilhões para os EUA, com o ouro representando US$ 11,5 bilhões desse total.

Reações e Consequências

A reação na Suíça foi de descontentamento. O Conselho Federal expressou "grande arrependimento" pela imposição unilateral de tarifas, ressaltando os esforços feitos nas negociações. O diretor da associação de manufatura Swissmem, Stefan Brupbacher, afirmou que a tarifa "coloca em risco dezenas de milhares de empregos" e criticou a decisão como "arbitrária".

Analistas preveem que a nova tarifa pode reduzir o PIB suíço em 0,6%, ou mais se a indústria farmacêutica for incluída. O economista Adrian Prettejohn acredita que há espaço para renegociações antes da implementação da tarifa, marcada para 7 de agosto.

A incerteza também afetou o mercado financeiro, com ações de empresas suíças, como Watches of Switzerland, caindo quase 9%. O franco suíço, que havia se valorizado significativamente, registrou uma queda de 0,4% em relação ao dólar americano.

O CEO da Câmara de Comércio Suíço-Americana, Rahul Sahgal, expressou esperança de que as negociações ainda possam levar a um acordo antes da data limite. Ele destacou que a Suíça está disposta a investir até US$ 150 bilhões nos EUA, um compromisso que poderia influenciar as discussões comerciais.