Um em cada 13 jovens já enfrentou violência nas escolas brasileiras

Uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que 8% das famílias brasileiras relataram casos de violência escolar nos últimos 12 meses. O levantamento destaca a preocupação crescente com a segurança nas escolas, especialmente após um ataque em uma escola no Rio Grande do Sul, onde um adolescente invadiu a instituição, resultando na morte de uma criança.

Os dados mostram disparidades significativas na percepção da violência escolar. Entre os jovens de até 24 anos, 15% conhecem crianças ou adolescentes que foram vítimas de agressões, enquanto apenas 3% dos idosos de 60 anos ou mais relataram situações semelhantes. A pesquisa também indica que a percepção de violência é maior nas capitais e regiões metropolitanas em comparação ao interior do país.

Contexto da Violência

José Roberto de Toledo, um dos jornalistas do podcast A Hora, destaca que, embora os índices de homicídio estejam em queda, a percepção de violência na sociedade brasileira tem aumentado. Isso se deve a episódios de violência nas escolas, em casa e nas ruas. A situação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, exemplifica um tipo diferente de violência enfrentada por crianças. Operações policiais frequentes resultam em aulas suspensas e traumas para os alunos.

Tainá Alvarenga, coordenadora do Eixo de Direito à Segurança Pública da Redes da Maré, informa que as crianças da região podem perder até dois anos de aula devido a operações policiais. Em 2023, já foram 35 dias de aulas suspensas e 93 violações a domicílios registradas. Durante essas operações, são comuns relatos de agressões e intimidações.

Impacto na Infância

Uma pesquisa anterior sobre a primeira infância na Maré revelou que 38% das crianças sob cuidado de entrevistados presenciaram algum tipo de violência. A coordenadora alerta que a primeira infância é crucial para o desenvolvimento, e traumas nessa fase podem impactar a vida das crianças a longo prazo. A situação atual nas escolas e comunidades reflete um cenário alarmante que exige atenção e ação imediata.