26 de jan 2025
Ucrânia: a resistência silenciosa em meio ao caos da guerra e suas consequências ambientais
Mônica Sodré viajou à Ucrânia para investigar impactos ambientais da guerra. Conversou com sobreviventes e autoridades, revelando devastação e resistência. Estimativa de U$ 60 bilhões em danos ambientais afeta segurança alimentar global. A guerra molda identidades e gera sentimentos de desprezo e ódio herdados. A vida continua em meio ao conflito, refletindo uma forma silenciosa de resistência.
Foto:Reprodução
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A frase do teólogo Leonardo Boff, “A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”, inspirou a cientista política Mônica Sodré a visitar a Ucrânia em janeiro de 2024. Sua viagem, que durou cerca de dez dias, teve como foco os impactos ambientais da guerra e suas consequências para o planeta, incluindo a emissão de gases de efeito estufa e a devastação da biodiversidade. Durante a jornada, Sodré cruzou a Moldávia até Kyiv, onde se deparou com a realidade devastadora do conflito, que vai além dos números e estatísticas, revelando um custo humano profundo e muitas vezes invisível.
Em sua passagem por Odesa, a autora observou a catedral bombardeada e a história do porto imortalizado no filme "O Encouraçado Potemkin". Em Bucha e Borodyanka, conversou com sobreviventes que relataram táticas brutais de ataque, como o bombardeio de igrejas que abrigavam civis, resultando em centenas de mortes. A experiência a fez refletir sobre a normalidade aparente que os ucranianos mantêm como forma de resistência, mesmo diante da constante ameaça de bombardeios. O Ministério do Meio Ambiente da Ucrânia estima que 30% do território esteja contaminado por minas, com um dano ambiental avaliado em U$ 60 bilhões.
Sodré também destacou a diferença entre a percepção da guerra na Ucrânia e a realidade brasileira. Enquanto no Brasil a violência urbana é uma preocupação, a guerra na Ucrânia representa uma luta pela sobrevivência em um contexto de desprezo e ódio herdados. A autora notou que, apesar da dor e do sofrimento, há espaço para a esperança e a vida, com casamentos e novos começos acontecendo mesmo sob a sombra da guerra. A experiência a levou a questionar a natureza da paz e da guerra, refletindo sobre a importância da identidade e da memória em tempos de conflito.
Ao retornar, Mônica Sodré percebeu que a guerra molda não apenas o presente, mas também o futuro das gerações. A luta pela soberania e pela identidade cultural é uma constante, e a guerra se revela como uma operação masculina, onde as vozes femininas muitas vezes são silenciadas. A viagem a deixou com a certeza de que a realidade ucraniana é complexa e multifacetada, e que a paz deve ser valorizada e protegida, mesmo em meio a um cenário de incertezas e desafios.
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