26 de jun 2025
Centrífugas da instalação nuclear de Fordow no Irã estão inativas, afirma ONU
A AIEA alerta que o programa nuclear do Irã não foi totalmente destruído, apesar dos ataques a Fordow e Natanz.

Danos na instalação de enriquecimento de Fordo, no Irã, após os bombardeios dos EUA, em 22 de junho de 2025 — Foto: Maxar Technologies via The New York Times
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As centrífugas da usina de enriquecimento de urânio de Fordow, no Irã, não estão mais operacionais após os ataques dos Estados Unidos, conforme afirmou Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em entrevista à rádio francesa, Grossi destacou que, apesar dos danos, o programa nuclear iraniano não foi completamente destruído.
Os inspetores da AIEA não têm conseguido acessar as instalações nucleares desde os bombardeios. Grossi explicou que, embora a avaliação dos danos seja complexa, as características técnicas das centrífugas as tornam vulneráveis a vibrações intensas. Ele enfatizou que é um exagero afirmar que o programa nuclear foi aniquilado, já que nem todos os locais foram atingidos.
A situação se complica com a recente aprovação de um projeto de lei pelo Parlamento iraniano, que pode restringir a cooperação com a AIEA. O Parlamento, dominado por linhas-duras, votou para suspender a entrada de inspetores no país. Grossi alertou que, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o Irã deve permitir inspeções.
Avaliações de inteligência indicam que o estoque de urânio altamente enriquecido do Irã permanece em grande parte intacto. Os ataques visaram as instalações em Fordow e Natanz, mas imagens de satélite mostram que a destruição não foi total. O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que o programa nuclear iraniano foi "completamente obliterado", mas novas informações sugerem que o impacto foi limitado.
Enquanto isso, a AIEA busca acesso às usinas para contabilizar os estoques de urânio, incluindo os 408 kg enriquecidos a 60%. A falta de clareza nas intenções dos EUA em relação ao Irã gera incertezas sobre os próximos passos diplomáticos. A situação permanece tensa, com a comunidade internacional atenta aos desdobramentos.



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