Cabecilha de grupo que persegue migrantes na Espanha é um escolta privado

Christian L. F., líder da plataforma Deport Them Now UE, foi detido em Mataró, Barcelona, por incitar violência contra magrebíes em Torre Pacheco, Murcia. A prisão ocorreu após a plataforma convocar "patrulhas" para caçar imigrantes na região, resultando em 14 detenções relacionadas aos distúrbios.

A plataforma ganhou notoriedade em março, ao apoiar manifestações contra a "islamização" e o fechamento de centros de acolhimento. Christian, de 29 anos, obteve autorização do Ministério do Interior para atuar como escolta privado, mas não possui registro em empresas de segurança. Ele já havia tentado ingressar no sistema penitenciário, mas não passou na entrevista.

Incitação à Violência

O movimento, descrito como recente e sem estrutura definida, utiliza redes sociais e aplicativos de mensagens para disseminar suas ideias. Através de canais no Telegram, a plataforma atraiu seguidores de grupos radicais, como Núcleo Nacional, que promovem a "defesa ativa" contra imigrantes. Os apelos de Christian L. têm gerado preocupações entre as autoridades, que identificaram muitos participantes dos distúrbios como provenientes de fora de Torre Pacheco.

As mensagens da Deport Them Now UE incluem incitações de ódio e informações sobre possíveis ataques a magrebíes, como mapas da cidade e táticas de guerrilha urbana. A rápida mobilização da plataforma, que já conta com 15 mil seguidores em alguns canais, destaca a facilidade com que grupos extremistas se organizam online.

Reações e Consequências

Após a detenção de Christian, a Guarda Civil fechou dois canais da plataforma. Outros grupos anti-imigração tentaram se distanciar das ações da Deport Them Now UE, mas figuras como Daniel Esteve, da empresa Desokupa, manifestaram apoio a patrulhas civis em Torre Pacheco, promovendo a ideia de que cidadãos podem agir contra crimes.

As autoridades continuam a investigar as conexões entre os participantes dos distúrbios e a plataforma, enquanto a situação em Torre Pacheco permanece tensa. A escalada de violência e a retórica de ódio levantam alarmes sobre a crescente radicalização em algumas comunidades.