22 de jul 2025
Estamos nos tornando uma nuvem de dados e isso traz consequências preocupantes
Coleta de dados nas redes sociais no Brasil se intensifica, gerando preocupações sobre privacidade e a necessidade de regulamentação.

As redes sociais coletam dados da nossa navegação com o intuito principal de refinar um perfil comercializável de cada um de nós. Quem está nesses bancos de dados nem faz ideia de que está sendo comercializado como produto (Foto: Pixabay)
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O uso de redes sociais no Brasil, que já atinge 80% dos usuários de internet, está se tornando cada vez mais complexo em 2024. Novas camadas de coleta de dados foram introduzidas, revelando práticas que vão além das informações que os usuários fornecem conscientemente. As redes sociais monitoram comportamentos, como o que curtimos e compartilhamos, criando perfis detalhados que são vendidos a anunciantes em leilões automatizados.
A coleta de dados ocorre em três camadas principais. A primeira, chamada de camada “zerésima”, inclui informações básicas como nome e idade. A segunda camada envolve dados comportamentais, onde as plataformas analisam interações para inferir gostos e preferências. A terceira camada, mais invasiva, é composta pelos cookies de terceiros, que rastreiam a navegação do usuário em diferentes sites, permitindo a criação de perfis ainda mais completos.
Além disso, o mercado de corretores de dados tem crescido. Essas empresas vendem perfis que podem incluir informações pessoais, como CPF e telefone, sem que os usuários tenham conhecimento. Essa prática levanta preocupações sobre privacidade e segurança, uma vez que muitos dados são obtidos de forma não transparente.
As consequências desse modelo de negócios são profundas. As redes sociais não apenas moldam o que vemos, mas também influenciam nosso comportamento e opiniões. O algoritmo prioriza conteúdos que geram mais engajamento, muitas vezes em detrimento de informações relevantes. Isso cria bolhas de informação, onde os usuários são expostos apenas a conteúdos que reforçam suas crenças.
A urgência por transparência nas plataformas é crescente. Especialistas defendem a necessidade de regulamentação que obrigue as empresas a abrir seus algoritmos para auditoria. Iniciativas como o Bluesky e o Mastodon oferecem alternativas com menos manipulação algorítmica, mas ainda são pouco conhecidas. A busca por ambientes digitais mais saudáveis e informativos é essencial para garantir um debate público mais equilibrado.
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