Ex-diretor da PRF adota postura cautelosa em contraste com Bolsonaro

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, desistiu de comparecer ao julgamento no STF, evitando descumprir as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre Moraes. As restrições incluem a proibição de uso de redes sociais e a divulgação de mensagens por terceiros. A decisão foi tomada em abril, após a defesa de Vasques consultar a Corte sobre sua presença em Brasília. Os advogados temiam que a cobertura da imprensa pudesse levar Moraes a interpretar a presença do ex-diretor como uma violação das cautelares.

Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro adotou uma postura oposta. Ele foi ao Congresso, posou para fotos com a tornozeleira eletrônica e fez declarações à imprensa, desafiando as restrições impostas. Bolsonaro afirmou: "Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém", e criticou as medidas como uma "covardia" contra um ex-presidente. O ex-presidente também cancelou uma coletiva de imprensa que realizaria com aliados.

Após as declarações e a repercussão das fotos de Bolsonaro em redes sociais, Moraes reforçou as proibições e intimou a defesa do ex-presidente a explicar o descumprimento das cautelares em até 24 horas, sob pena de prisão. O cenário revela um contraste entre as estratégias de defesa de Vasques e Bolsonaro, com o primeiro optando pela cautela e o segundo desafiando as restrições.