Bolsonaro se arrisca ao apoiar Trump e provoca sua própria prisão

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, foi colocado em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica após tentativas de coação ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do ministro Alexandre de Moraes ocorre em meio a um julgamento sobre uma suposta trama golpista, onde Bolsonaro é réu. O ex-presidente, que buscava uma possível redução de pena, agora enfrenta o risco de cumprir pena em regime fechado.

A situação se agrava com a atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que estaria buscando apoio de Donald Trump para retaliar o Brasil, resultando em sanções contra Moraes pela Lei Magnitsky. Essa movimentação intensifica a crise política e gera reações entre governadores e candidatos da direita, que criticam a escalada da situação. O governador Eduardo Leite (PSD-RS) expressou descontentamento, afirmando que não é aceitável um ex-presidente ser silenciado antes de um julgamento.

Impactos nas Relações Internacionais

A prisão de Bolsonaro também complica as negociações entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro, representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, via uma oportunidade de diálogo sobre tarifas comerciais. Contudo, a crítica do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental aos atos de Moraes pode dificultar essa aproximação.

A oposição planeja intensificar a pressão sobre o STF, promovendo propostas que visam reduzir o poder da Corte e anistiar os envolvidos na trama golpista. Há uma expectativa de que projetos de anistia sejam pautados, especialmente na ausência do presidente da Câmara, Hugo Motta. Essa movimentação pode paralisar as atividades do Congresso, afetando propostas do governo, como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos.

Repercussões no Cenário Político

A prisão domiciliar de Bolsonaro pode ser vista como uma renovação de seu martírio político, semelhante a outros líderes que enfrentaram crises. A pesquisa do Datafolha mostrou que o clã Bolsonaro perdeu pontos nas simulações contra Lula, mas a rejeição ao governo petista permanece estável. O tempo que Bolsonaro permanecer detido será crucial para os cálculos eleitorais da direita, que busca se distanciar do tarifaço imposto por Trump.

A situação continua a evoluir, com líderes do Congresso evitando se posicionar sobre a prisão de Bolsonaro, buscando não alimentar a polarização política. A expectativa é que a crise se aprofunde, afetando tanto a imagem do ex-presidente quanto as estratégias eleitorais para 2026.