CotidianoMeio Ambiente

13 de ago 2025

Civilização maia sofreu 44 anos de seca nos últimos séculos, aponta estudo

Secas extremas entre 870 e 1100 devastaram a agricultura maia e aceleraram o colapso social e político da civilização

A parte central das Cavernas Tzabnah, onde há várias estalagmites usadas para determinar quando ocorreram secas e por quanto tempo duraram. (Foto: Mark Brenner)

A parte central das Cavernas Tzabnah, onde há várias estalagmites usadas para determinar quando ocorreram secas e por quanto tempo duraram. (Foto: Mark Brenner)

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A civilização maia, que floresceu por séculos, começou a entrar em colapso no século VIII, abandonando cidades e enfrentando crises sociais e climáticas. Estudos recentes indicam que entre 870 e 1100 ocorreram oito eventos de secas extremas na península de Yucatán, impactando severamente a agricultura e a estrutura social maia.

Pesquisadores analisaram estalagmites em cavernas próximas a importantes cidades maias, como Chichén Itzá, e descobriram que 44 dos últimos 200 anos do Período Clássico foram marcados por secas severas. Essas secas, definidas como períodos de três ou mais anos com chuvas insuficientes, tiveram um impacto devastador na produção agrícola, especialmente no cultivo de milho, essencial para a alimentação da população.

O estudo revelou que a primeira seca extrema começou em 894, seguida por um ano de chuvas normais e depois cinco anos consecutivos de quase nenhuma precipitação. O evento mais prolongado ocorreu em 929, com 13 anos de chuvas anormalmente baixas, considerado o período mais seco registrado. A análise das estalagmites permite uma compreensão detalhada das variações climáticas, revelando como a duração das secas influenciou diretamente a produção agrícola.

Impacto Social e Político

Os dados climáticos obtidos coincidem com registros arqueológicos, como a interrupção de atividades políticas e construção de monumentos em várias cidades maias durante períodos de estresse climático. Cidades como Uxmal foram abandonadas, enquanto Chichén Itzá, com suas redes comerciais robustas, conseguiu resistir por mais tempo. Essa diferença nas respostas sociais à seca sugere que algumas cidades eram mais resilientes que outras.

Os pesquisadores também notaram um hiato de 50 anos na formação das estalagmites, entre 1021 e 1070, o que pode indicar uma seca severa ou condições climáticas adversas que impediram seu crescimento. Essas descobertas ressaltam a complexidade do colapso maia, que não pode ser atribuído apenas a um único fator, mas sim a uma combinação de crises climáticas, sociais e políticas.

A análise das secas extremas e suas consequências para a civilização maia oferece uma nova perspectiva sobre como as sociedades antigas enfrentaram desafios ambientais. A dependência da agricultura e a vulnerabilidade a mudanças climáticas foram determinantes para o colapso de uma das civilizações mais avançadas da história.

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