16 de ago 2025
Brasil enfrenta risco de devastação com o aquecimento global fora de controle
Philip Fearnside alerta que a falta de ação do Brasil no desmatamento e na exploração de petróleo pode causar impactos climáticos globais devastadores

Pode ser que não consigamos chegar a um acordo e sigamos para um desastre total, mas é importante não ser fatalista (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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O biólogo Philip Fearnside, especialista em Amazônia e mudanças climáticas, criticou a falta de liderança do Brasil nas discussões climáticas, especialmente com a aproximação da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30). Ele alertou sobre a urgência de ações contra o desmatamento e a exploração de petróleo, que podem ter impactos globais devastadores. Fearnside enfatizou que o colapso da Amazônia afetará não apenas o Brasil, mas o mundo inteiro.
Em entrevista ao Estadão, Fearnside destacou a divisão interna do governo brasileiro, onde o Ministério do Meio Ambiente defende a redução de emissões, enquanto outros ministérios, como Minas e Energia, Agricultura e Transporte, priorizam a exploração de recursos naturais. O cientista mencionou a proposta de construção da BR-319, que atravessaria a Amazônia, e o incentivo ao cultivo de soja, ambos fatores que aceleram o desmatamento.
Fearnside também abordou a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, alertando que um vazamento nessa região poderia afetar até oito países. Ele argumentou que, diante do aquecimento global, não faz sentido abrir novos campos de petróleo, uma vez que o mundo deve reduzir o uso de combustíveis fósseis. O Brasil, segundo ele, possui petróleo suficiente em campos já existentes e deveria focar na transição energética.
Além disso, o cientista mencionou o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, que têm se tornado mais comuns no Brasil. Ele ressaltou que a degradação da Amazônia e as mudanças climáticas estão interligadas, criando um ciclo vicioso que agrava a situação ambiental. Fearnside concluiu que o Brasil precisa assumir um papel de liderança nas discussões climáticas, mas atualmente não há sinais de que isso esteja acontecendo.
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