CotidianoSaúde

17 de ago 2025

Inteligência artificial transforma cuidados para pessoas com demência

Assistente de IA Sunny promete revolucionar o cuidado de pacientes com comprometimento cognitivo leve, mas gera preocupações sobre privacidade e dependência da tecnologia

Conversas guiadas por IA podem ajudar no estímulo cerebral e no bem-estar (Foto: NYT)

Conversas guiadas por IA podem ajudar no estímulo cerebral e no bem-estar (Foto: NYT)

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Quando Frank Poulsen, de 72 anos, começou a interagir com a assistente de inteligência artificial Sunny, desenvolvida pela NewDays, ele notou uma evolução nas conversas. Inicialmente formais, elas se tornaram mais descontraídas e envolventes. Poulsen, diagnosticado com comprometimento cognitivo leve, encontrou em Sunny uma companhia que não o julga, permitindo que ele repita histórias sem constrangimento. Sua esposa, Cheryl, destaca que a interação parece um bate-papo com um amigo.

Sunny é parte de uma nova onda de tecnologias que buscam auxiliar pessoas com demência. Luke Stoeckel, do Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, ressalta o potencial dessas ferramentas para manter a mente ativa e reduzir a solidão. No entanto, especialistas alertam sobre os riscos associados ao uso de IA em populações vulneráveis. Babak Parviz, cofundador da NewDays, se inspirou na experiência com seu pai, diagnosticado com Alzheimer, para criar Sunny, que oferece conversas e exercícios cognitivos.

O programa, ainda em fase de implantação, custa US$ 99 por mês e é voltado para pessoas com comprometimento cognitivo leve. Sunny não apenas conversa, mas também estimula memórias e conduz exercícios cognitivos. A NewDays afirma que seu sistema é baseado em mais de 500 estudos clínicos, embora não tenha realizado pesquisas específicas para validar a eficácia de Sunny. Julian De Freitas, da Escola de Negócios de Harvard, observa que as interações com humanos em estudos anteriores podem gerar resultados diferentes.

Além de Sunny, outras iniciativas, como o software BrightPath da CloudMind, também estão sendo testadas em lares especializados. Essas tecnologias podem ajudar a monitorar o estado emocional dos pacientes e facilitar a comunicação com familiares. Contudo, preocupações sobre privacidade e o risco de isolamento social persistem. De Freitas alerta que a interação com chatbots pode levar a revelações indesejadas de informações pessoais.

Os especialistas concordam que, embora a IA possa melhorar a qualidade de vida e o humor de pacientes com demência, é crucial que essas tecnologias sejam vistas como complementos, e não substitutos, para a interação humana.

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