Economia

América Latina se prepara para recuperação econômica em 2025 após ano desafiador

América Latina registra alta de 29% nos mercados acionários, com a Colômbia liderando a recuperação e atraindo investidores.

Uma placa eletrônica exibe informações sobre as recentes flutuações dos índices de mercado na B3, Bolsa de Valores - 04/04/2025 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

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Após um desempenho negativo em 2024, a América Latina apresenta uma recuperação significativa nos mercados acionários, acumulando alta de 29% neste ano. A Colômbia se destaca, com uma valorização de 54%, atraindo a atenção de investidores e gestores, como a britânica Ashmore.

A gestora aponta que a combinação de preços descontados, fundamentos em recuperação e uma possível reconfiguração política estão impulsionando o interesse na região. O México e o Chile também registraram altas de 31%, enquanto Brasil e Peru avançaram 27%. A Argentina, apesar de estar fora dos principais índices, mostra sinais de recuperação após ajustes econômicos implementados por Javier Milei.

Mudanças Políticas e Expectativas

A Ashmore observa que a recuperação atual tem precedentes históricos, frequentemente associada a transições políticas. Com quatro dos seis principais países latino-americanos se preparando para eleições presidenciais nos próximos dois anos, a expectativa de mudança de governo reacende o apetite por ativos da região. No Brasil, apenas 28% dos eleitores avaliam positivamente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, surge como uma alternativa viável.

Embora a valorização recente não elimine a percepção de que as ações na América Latina continuam baratas, o múltiplo de preço sobre lucro (P/L) do MSCI LatAm permanece um desvio padrão abaixo da média histórica. Em contraste, o índice S&P 500 opera com um P/L de 22 vezes, considerado elevado.

Perspectivas de Crescimento

As projeções indicam que o lucro por ação na América Latina deve crescer 10% ao ano até 2027, próximo dos 11,1% estimados para os Estados Unidos. A diferença reside nas origens desse crescimento: enquanto os EUA se beneficiam de políticas fiscais expansionistas, países como Brasil e Colômbia estão avançando em ajustes fiscais.

A combinação de juros reais elevados e inflação controlada abre espaço para cortes nas taxas de juros, o que pode reduzir o custo de capital e estimular investimentos. O Brasil, que elevou a Selic para 15% no final de 2024, pode iniciar um ciclo de afrouxamento monetário em breve, à medida que a inflação desacelera.

O crescimento do PIB brasileiro foi de 2,9% no primeiro trimestre, impulsionado por exportações agrícolas e aumento de investimentos. A Colômbia também apresentou crescimento de 2,5%, o maior desde 2023, enquanto Chile e Peru devem encerrar o ano com crescimento entre 2,5% e 3%.

Atração de Investidores

Apesar das incertezas, a região exibe fundamentos mais organizados em comparação ao início do ano. As taxas de desemprego estão próximas das médias históricas e as expectativas de inflação estão ancoradas. A desvalorização do dólar favoreceu as moedas locais, ajudando a controlar preços e manter o poder de compra.

A composição setorial das bolsas latino-americanas, com maior peso em energia, bancos e mineração, também atrai investidores. O Chile e o Peru são líderes na produção de cobre e lítio, enquanto o México se destaca na produção de prata, beneficiando-se da crescente demanda da indústria de energia solar.

A Ashmore destaca que a transição energética global deve beneficiar países com reservas minerais. Em 2024, a América Latina respondeu por 35% da produção mundial de cobre, com o Chile produzindo um quarto do total global. A expectativa é que o consumo de lítio cresça 40 vezes até 2040, com Chile e Argentina ampliando sua capacidade produtiva para atender essa demanda.

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