Estrategistas analisam mercados globais e tensões no Oriente Médio nesta segunda-feira

Os mercados financeiros enfrentam um novo período de turbulência nesta segunda-feira (16), em meio à escalada das hostilidades entre Israel e Irã. Os dois países intensificaram seus ataques, com Israel relatando bombardeios em resposta a mísseis iranianos. A situação se agrava, tornando-se um dos conflitos mais sérios entre os adversários históricos.

Os preços do petróleo já refletem essa tensão, com um aumento de mais de 7% na última sexta-feira (13). A alta é impulsionada pela preocupação de que o conflito possa se expandir, afetando uma região crucial para a produção de petróleo. Ativos considerados seguros, como ouro e dólar, também registraram valorização, enquanto os títulos do Tesouro americano enfrentaram pressão devido a novos temores inflacionários.

Impacto nos Mercados

Os índices de ações globais já sentem os efeitos da escalada. O Índice MSCI World de ações de mercados desenvolvidos teve sua maior queda desde abril, refletindo a crescente incerteza. Michael O'Rourke, estrategista-chefe da JonesTrading, afirmou que a situação é grave o suficiente para ser considerada uma guerra, prevendo consequências duradouras para os mercados.

Na região do Oriente Médio, os índices acionários também caíram, com o principal indicador do Egito registrando sua maior perda em 13 meses. O índice da Arábia Saudita atingiu o menor nível desde outubro de 2023. Apesar disso, o índice de ações de Israel se recuperou, impulsionado pela valorização da fornecedora militar Elbit Systems Ltd.

Expectativas Futuras

Analistas alertam que os mercados devem se preparar para um período prolongado de incerteza. Wolf von Rotberg, do Banco J. Safra Sarasin, recomenda proteção contra possíveis interrupções na cadeia de suprimentos de petróleo. A possibilidade de um bloqueio no Estreito de Ormuz, uma rota vital para o transporte de petróleo, é uma preocupação central.

O cenário atual sugere que, caso o conflito se intensifique, o preço do petróleo poderia ultrapassar US$ 120 por barril. No entanto, se houver uma redução moderada nas exportações iranianas, a alta pode se limitar aos níveis atuais. A volatilidade nos mercados é esperada, com investidores avaliando os riscos geopolíticos em um ambiente já marcado por incertezas econômicas e políticas.