Tiroteio interrompe gravações do Media Day do Vasco na Cidade de Deus

O início de um tiroteio na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, interrompeu as filmagens do Media Day do Vasco, nesta quarta-feira, 22. Jogadores como Philippe Coutinho, Nuno Moreira e Léo Jardim estavam sendo entrevistados quando os disparos começaram. A comunidade, próxima ao centro de treinamento do clube, tem sido alvo de operações policiais frequentes.

A situação foi registrada pela Rede Globo, que divulgou vídeos mostrando o desconforto dos atletas durante os tiros. Na última segunda-feira, um policial civil, José Antônio Lourenço, de 38 anos, foi morto durante uma operação da Delegacia do Consumidor (Decon) na mesma região. O agente foi atingido por um disparo e não resistiu, apesar de ter sido socorrido.

A operação visava fiscalizar uma fábrica de gelo que supostamente vendia produto contaminado para comércios nas praias da Barra da Tijuca e do Recreio. Após a morte de Lourenço, a polícia intensificou as operações para localizar os responsáveis. Na segunda-feira, um tiroteio na Linha Amarela paralisou a via por cerca de 30 minutos, afetando o trânsito e alterando itinerários de 19 linhas de ônibus.

Rotina de Violência

Funcionários do Vasco afirmam que o barulho de disparos e helicópteros é comum no centro de treinamento, inaugurado em 2020. Durante as gravações, Coutinho e seus companheiros reagiram com risos nervosos, evidenciando a normalização da violência na cidade. O clube tem investido em melhorias nas instalações, incluindo uma nova área de recuperação física para os atletas.

A situação na Cidade de Deus reflete um cenário de insegurança que impacta não apenas os moradores, mas também os profissionais do esporte. O Vasco, ao realizar suas atividades, se vê como uma das vítimas dessa rotina de violência que afeta a região.