Tarcísio critica tarifas elevadas e defende diálogo para soluções em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, criticou as tarifas de 50% impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Em evento na manhã de quinta-feira, 10, Tarcísio destacou que essas tarifas são prejudiciais, especialmente para estados com forte produção industrial, como São Paulo. Ele pediu um diálogo urgente com os EUA, enfatizando a necessidade de deixar de lado questões ideológicas e políticas.

"O tarifaço é deletério", afirmou Tarcísio, ressaltando que os Estados Unidos são o maior investidor estrangeiro no Brasil. Ele lembrou que muitos produtos brasileiros são essenciais para empresas americanas, que não têm substitutos compatíveis. O governador também citou o exemplo do México, que conseguiu negociar com os EUA mesmo diante de sobretaxas.

Impactos Econômicos

Tarcísio alertou que o impacto das tarifas será negativo para a economia paulista, que representa 31,2% das exportações brasileiras para os EUA. No primeiro trimestre de 2025, o fluxo comercial entre São Paulo e os Estados Unidos alcançou 3 bilhões de dólares, com destaque para sucos, aeronaves e combustíveis. Ele mencionou a Embraer como uma das empresas que pode ser afetada negativamente por essa medida.

O governador criticou a falta de ação do governo federal e pediu que Brasília inicie negociações antes de agosto, prazo em que as tarifas entrarão em vigor. "É lamentável o afastamento do atual governo da Casa Branca", disse Tarcísio, enfatizando a importância de preservar a relação bilateral.

Questões Políticas

Além das tarifas, Tarcísio abordou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendendo um indulto caso ele seja condenado. "Entendo que o presidente é inocente e será inocentado", afirmou, acrescentando que qualquer candidato do bloco de centro-direita deve considerar o indulto como um fator de pacificação. O governador concluiu que a diplomacia brasileira deve ser utilizada para resolver a questão das tarifas e fortalecer a relação com os EUA.