Novas atividades diárias podem potencializar a memória, revela estudo canadense

Uma pesquisa da Universidade de Toronto revelou que pequenas mudanças na rotina podem ter um impacto significativo na memória, no bem-estar e na percepção do tempo em idosos saudáveis. O estudo, publicado no periódico Scientific Reports, destaca a importância de incluir novas experiências no cotidiano.

Os pesquisadores analisaram um grupo de 18 idosos durante a pandemia de Covid-19, um período marcado pelo isolamento. Ao longo de oito semanas, os participantes foram incentivados a realizar atividades diferentes diariamente, como passeios no parque ou aprender um novo instrumento musical. As experiências foram registradas em um aplicativo, que também coletou dados sobre o estado emocional dos voluntários.

Impactos Positivos

Os resultados mostraram que os eventos considerados únicos foram lembrados com mais detalhes, e a inclusão dessas atividades na rotina resultou em melhoras no bem-estar, redução do tédio e uma percepção mais positiva do tempo. Segundo a médica Sley Tanigawa Guimarães, coordenadora da pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida do Hospital Israelita Albert Einstein, a rotina é essencial, mas experiências diversificadas ajudam a combater a monotonia, que pode levar a estados emocionais negativos.

Guimarães ressalta que, embora o estresse crônico seja prejudicial, um certo nível de desafio é necessário para evitar o tédio. Quando não há novidades, a sensação de que o tempo se arrasta pode se intensificar. Atividades que proporcionam prazer instantâneo, como o uso excessivo de redes sociais, podem criar uma falsa sensação de satisfação, mas não estimulam o cérebro de forma eficaz.

Sugestões de Atividades

Para estimular a memória e o bem-estar, não é preciso realizar grandes mudanças. Atividades simples, como aprender uma nova língua, ler um livro ou socializar, podem ser eficazes. Essas práticas não apenas melhoram o humor, mas também podem ter efeitos duradouros na atenção e na memória. O estudo evidencia que, especialmente entre os idosos, o isolamento e a falta de atividades são fatores de risco para o declínio mental, abrindo novas possibilidades de intervenção para essa população.