Tecnologia

O crescimento da inteligência artificial e seus reflexos no mercado, na mídia e na vida humana

A popularização dessa tecnologia traz benefícios, mas também preocupa com golpes e mudanças na vida profissional.

A forma como o conteúdos de entretenimento são criados também está sendo afetado - Reprodução: X/RaonyPhillips

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Nas últimas semanas, uma apresentadora virtual de um programa de auditório chamada Marisa Maiô viralizou nas redes sociais, acumulando milhões de visualizações e fechando parcerias com empresas como Magazine Luiza e OLX. O detalhe mais relevante dessa história é que tanto ela quanto o programa não existem fisicamente — ambos são inteiramente criados por inteligência artificial pelo usuário chamado Raony Phillips.

A inteligência artificial foi o principal ponto que ajudou a popularizar a apresentadora, pois concentrar o trabalho do programa em uma única pessoa oferece uma maior liberdade criativa. Por não utilizar pessoas reais o tom do programa também conseguiu ser previamente estabelecido, este que traz piadas ácidas e gincanas que seriam arriscadas na vida real. No entanto, essa fama e o realismo da tecnologia levantam uma questão importante: até onde a IA pode chegar? E, se continuar nesse ritmo, quanto nosso estilo de vida será transformado por ela?

A criação de conteúdo artificial - e seus perigos

A ferramenta usada para criar Marisa Maiô é o Veo 3, da Google, uma das mais avançadas atualmente. Ela produz vídeos tão realistas que muitas vezes passam despercebidos como conteúdo gerado artificialmente. A inteligência artificial também permite criar diversos outros materiais, desde textos, como roteiros e planos de estudo, até falas com vozes de pessoas reais ou totalmente sintetizadas.

Por conta do alto realismo alcançado pela IA, muitas dessas criações são confundidas como reais, o que acaba sendo usado para fins maliciosos, como golpes, fazer uma pessoa dizer algo que não falou ou até criar fotos inexistentes, os chamados deepfakes. Um exemplo claro ocorreu com a atual prefeita de Bauru, Suellen Rosim (PSD), que durante sua campanha foi vítima de um deepfake: espalharam uma foto falsa dela nua, a qual ela desmentiu e classificou como “uma atitude criminosa e repugnante, coisa de gente mau caráter”.

Casos como esse envolvendo deepfakes deixam o público cada vez mais desconfiado em relação às informações compartilhadas nas redes sociais. Uma pesquisa feita pela Jumio apontou que 72% dentre os dez mil entrevistados se preocupam cada dia mais com a veracidade dos conteúdos recebidos na internet, justamente por causa de golpes e mídias falsas criadas com IA.

A IA no mercado de trabalho

Fora das redes sociais e do entretenimento pessoal, a inteligência artificial também está transformando o mercado de trabalho, impactando não apenas a oferta de vagas, mas também o desenvolvimento profissional de cada um.

Muitas pessoas relatam terem medo de perder empregos para a IA. Segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial, até 2025, a automação e a inteligência artificial eliminarão 85 milhões de vagas, mas, em contrapartida, criarão 97 milhões de novas oportunidades em diversos setores no mundo. Por isso, é importante encarar essa mudança de forma otimista, como uma reorganização constante do mercado que alinha ainda mais a tecnologia com o trabalhador.

Se alinhar a essa nova tecnologia é fundamental não apenas para facilitar tarefas, mas também para entender melhor como ela funciona e impulsionar a sua própria carreira, pois saber usar a IA de forma eficiente já se tornou um diferencial em várias empresas. Uma pesquisa da IBM mostrou que 81% dos CEOs consideram as habilidades em IA essenciais para o futuro de suas organizações, e 78% planejam priorizar o desenvolvimento da força de trabalho em competências ligadas à IA e automação.

O trabalho realizado também é afetado, visto que IAs de texto podem auxiliar na organização de planilhas, listagem de tarefas e no suporte geral ao trabalhador, especialmente ao substituir atividades repetitivas e manuais. Isso permite que o profissional dedique mais tempo ao que realmente importa. Por isso a inserção dessa tecnologia não deve ser vista como uma substituta de um profissional, mas como uma ferramenta que deve ser usada em conjunto para melhorar o desempenho em uma área de atuação.

É inegável que, à medida que a IA avança, ela se torna cada vez mais utilizada, e consequentemente, mais inserida em nossas vidas, seja no campo profissional ou no entretenimento, como no caso da Marisa Maiô. Diante disso, é fundamental estar atento e sempre debater acerca dos limites dessas tecnologias. Embora tragam benefícios, como toda inovação, elas exigem cuidado quanto ao impacto que podem ter na nossa forma humana de viver.

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