16 de jul 2025
Molécula intestinal é identificada como causadora da aterosclerose e suas consequências
Estudo revela que propionato de imidazol provoca aterosclerose em saudáveis e aponta novo tratamento promissor para a doença.

Um voluntário, durante uma prova médica, no Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares, em Madrid. (Foto: CNIC)
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Um estudo recente do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares (CNIC) em Madri revelou que o propionato de imidazol, uma molécula produzida por bactérias intestinais, pode induzir a aterosclerose em indivíduos saudáveis, mesmo na ausência de colesterol elevado. A pesquisa, publicada na revista Nature, destaca a importância de entender como os microrganismos intestinais influenciam a saúde cardiovascular.
Os pesquisadores analisaram 400 voluntários do Banco Santander, com idades entre 40 e 55 anos, e descobriram que 63% apresentavam sinais de aterosclerose, uma condição que pode levar a infartos e AVCs. O estudo identificou que a molécula C₆H₈N₂O₂ entra na corrente sanguínea e provoca uma reação inflamatória nas artérias, contribuindo para a formação de placas de gordura.
Descobertas Importantes
A administração do propionato de imidazol em camundongos demonstrou que a molécula pode causar aterosclerose independentemente dos níveis de colesterol. Os cientistas observaram que um em cada cinco voluntários com aterosclerose ativa apresentava níveis elevados de ImP. O biólogo David Sancho, líder do estudo, enfatizou que a causalidade entre a molécula e a doença é clara.
Além disso, os pesquisadores desenvolveram um fármaco, chamado ImP-I1R, que bloqueia a ação do propionato de imidazol, reduzindo a progressão da aterosclerose em modelos animais. Essa descoberta pode abrir novas possibilidades para o tratamento da doença, especialmente em pacientes que não respondem às terapias tradicionais.
Implicações para a Saúde
Os resultados sugerem que a aterosclerose não é apenas uma consequência de fatores de risco tradicionais, mas também pode ser influenciada por um componente inflamatório e autoinune. A pesquisa destaca a necessidade de identificar as cepas bacterianas específicas que produzem o propionato de imidazol, o que pode levar a novas estratégias de prevenção.
Os cientistas ressaltam que uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais pode ajudar a reduzir os níveis de propionato de imidazol no sangue. Este estudo representa um avanço significativo na compreensão das doenças cardiovasculares e pode revolucionar o diagnóstico e o tratamento da aterosclerose.


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