Fibra natural promete emagrecimento semelhante ao Ozempic e atrai atenção

Recentemente, o psyllium tem sido promovido nas redes sociais como uma alternativa natural para emagrecimento, sendo chamado de “Ozempic natural”. Essa fibra alimentar, extraída das sementes do Plantago ovata, promete aumentar a saciedade e melhorar a digestão. No entanto, especialistas alertam que sua eficácia é limitada e não substitui tratamentos médicos.

A nutricionista Lara Natacci, da Universidade de São Paulo (USP), explica que o psyllium é uma fibra solúvel e viscosa, capaz de formar um gel espesso no estômago, prolongando a sensação de saciedade. Além disso, pode ajudar a reduzir o colesterol LDL e controlar os níveis de glicose no sangue, beneficiando pessoas com diabetes tipo 2. Tarcila Campos, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, complementa que o psyllium melhora o funcionamento intestinal e ajuda a eliminar colesterol e glicose pelas fezes.

Entretanto, a comparação entre psyllium e medicamentos como Ozempic e Wegovy é considerada exagerada. Esses medicamentos atuam de forma farmacológica, imitando hormônios intestinais para regular o apetite e a glicemia. Já o psyllium atua localmente no trato gastrointestinal, sem interferir no sistema nervoso central ou na produção hormonal.

Uso Seguro do Psyllium

Embora o psyllium possa auxiliar na perda de peso, seu efeito é modesto e gradual. Para um uso seguro, é essencial a orientação de um profissional de saúde. A hidratação é crucial, pois a falta de água pode causar constipação e outros problemas intestinais. A dose recomendada varia entre 5 e 10 gramas por dia, iniciando com pequenas quantidades.

O psyllium pode ser consumido em pó, misturado a líquidos ou alimentos, ou em cápsulas. No entanto, especialistas alertam que a perda de peso saudável requer uma combinação de hábitos, como alimentação equilibrada e exercícios regulares. A inclusão de fibras na dieta deve ser incentivada, mas não deve ser vista como uma solução milagrosa.