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04 de ago 2025

Inscrição egípcia antiga gera nova discussão sobre a figura de Moisés

Inscrições em mina egípcia podem ser as mais antigas referências a Moisés, mas especialistas questionam a validade da interpretação

Ruínas do antigo templo egípcio de Serabit el-Khadim, Gebel Garabe, Sinai, Egito, gravura de A Terra Santa, Síria, Idumeia, Arábia, Egito e Núbia, Volume III, litografias de Louis Haghe a partir de desenhos de David Roberts, Londres, 1849. (Foto: De Agostini via Getty Images)

Ruínas do antigo templo egípcio de Serabit el-Khadim, Gebel Garabe, Sinai, Egito, gravura de A Terra Santa, Síria, Idumeia, Arábia, Egito e Núbia, Volume III, litografias de Louis Haghe a partir de desenhos de David Roberts, Londres, 1849. (Foto: De Agostini via Getty Images)

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A descoberta de inscrições antigas em uma mina egípcia reacende debates sobre a historicidade de Moisés. O pesquisador independente Michael S. Bar-Ron afirma ter decifrado frases em hebraico antigo que mencionam o líder do Êxodo. As inscrições, localizadas na mina de Serabit el-Khadim, no Sinai, datam de aproximadamente 3.800 anos.

Bar-Ron, após quase uma década de estudos utilizando escaneamento 3D e fotos de alta resolução, identificou as expressões “zot mi’Moshe” (isto é de Moisés) e “ne’um Moshe” (uma declaração de Moisés). Se confirmadas, essas seriam as referências extra-bíblicas mais antigas ao personagem, anteriores até aos textos hebraicos conhecidos e ao alfabeto fenício.

Inscrições e Contexto

As inscrições fazem parte de um grupo maior de escritos proto-sinaitas, descobertos pelo arqueólogo Flinders Petrie no início do século XX. Acredita-se que foram gravadas por trabalhadores semíticos durante o reinado do faraó Amenemhat III, por volta de 1800 a.C. Bar-Ron sugere que muitos dos textos podem ter sido criados por um único autor, possivelmente um escriba semítico que utilizou a escrita proto-sinaita para reflexões religiosas.

Algumas inscrições mencionam “El”, o nome hebraico primitivo para Deus, enquanto outras fazem referência à deusa semítica Baʿalat. A presença de nomes riscados sugere um possível conflito teológico. Além disso, um templo queimado dedicado a Baʿalat e inscrições que aludem a “escravidão” e um pedido para partir, “ni’mosh”, levantam especulações sobre a conexão com o Êxodo.

Ceticismo Acadêmico

Apesar das afirmações de Bar-Ron, a comunidade acadêmica permanece cética. O egiptólogo Thomas Schneider, da Universidade da Colúmbia Britânica, classificou as descobertas como “completamente não comprovadas e enganosas”, alertando que interpretações arbitrárias podem distorcer a história antiga. A dificuldade em decifrar a escrita proto-sinaita e a falta de consenso acadêmico sobre as interpretações são desafios significativos.

O trabalho de Bar-Ron ainda não foi revisado por pares, mas seu orientador, Pieter van der Veen, defende suas descobertas e incentiva investigações adicionais. A discussão sobre a historicidade de Moisés e a veracidade do Êxodo continua a ser um tema central na arqueologia, com novas evidências sempre desafiando as narrativas estabelecidas.

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