Bolsonaro afirma que dinheiro apreendido foi declarado e nega fuga do Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica após a apreensão de US$ 10 mil em sua residência, em Brasília. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta a investigações da Polícia Federal (PF) sobre possíveis crimes de coação e obstrução de Justiça. Bolsonaro, que está inelegível até 2030 e com o passaporte retido, afirmou que não tem intenção de fugir do país.

Em declarações, Bolsonaro defendeu que o dinheiro apreendido foi devidamente declarado à Receita Federal e criticou as restrições impostas, considerando-as humilhantes. Ele destacou que, apesar de estar sob vigilância, sair do Brasil seria uma tarefa simples. "Sou um ex-presidente, tenho 70 anos", disse, minimizando as suspeitas de fuga.

Restrições e Investigações

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro enfrenta uma série de restrições. Ele está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, além de não poder utilizar redes sociais. Essas medidas foram adotadas após a PF apresentar uma representação, que recebeu apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR), devido ao risco de fuga e à possibilidade de obstrução de Justiça.

A operação que resultou na apreensão do dinheiro ocorreu na manhã de sexta-feira, 18 de julho, e foi marcada por um clima tenso, com relatos de uma agente da PF ferida durante a ação. Bolsonaro, que se disse indignado com a situação, afirmou que a quantia apreendida não seria suficiente para uma evasão e que possui recursos em bancos.

Cenário Político

As investigações em curso estão ligadas a ações que supostamente visam dificultar o andamento de processos judiciais. As medidas restritivas, incluindo o recolhimento domiciliar, foram implementadas para garantir que Bolsonaro não interfira nas investigações. Apesar das dificuldades, ele reafirmou sua intenção de concorrer nas eleições de 2026, desafiando as limitações impostas.