Justiça brasileira impõe tobillera eletrônica a Bolsonaro por risco de fuga

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, enfrenta um processo judicial por tentativa de golpe de Estado contra Luiz Inácio Lula da Silva, com risco de pena superior a 40 anos de prisão. Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal instalou uma tobillera eletrônica em sua residência em Brasília, após o Tribunal Supremo Federal identificar um crescente risco de fuga. A medida foi tomada em meio a um clima de tensão, intensificado por uma carta de Donald Trump, que pressionou as autoridades brasileiras em favor de Bolsonaro.

A operação policial ocorreu após a detenção de Carla Zambelli, uma aliada de Bolsonaro, que fugiu para a Itália após ser condenada a dez anos de prisão. O juiz Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, teme que Bolsonaro busque asilo na embaixada dos Estados Unidos. O ex-presidente, que se diz vítima de perseguição, afirmou que a suspeita de fuga é uma "exageração", destacando sua condição de ex-chefe de Estado e sua idade de 70 anos.

Com a tobillera, Bolsonaro terá restrições em sua liberdade de movimento. Ele poderá circular durante o dia, mas deverá permanecer em casa das 19h às 7h. Além disso, não poderá ter contato com embaixadores estrangeiros ou usar redes sociais. As investigações indicam que Bolsonaro pode ter agido para obstruir o processo judicial, o que poderia resultar em mais 20 anos de prisão.

Durante a busca em sua residência, a polícia encontrou 14 mil dólares e 8 mil reais em espécie, além de um pendrive escondido no banheiro, cujo conteúdo está sendo analisado. A Justiça acredita que as ações de Bolsonaro e de seu filho, Eduardo, configuram delitos graves, incluindo coação e ataque à soberania nacional. A situação continua a se desenrolar, com desdobramentos que podem impactar o futuro político do ex-presidente.