Governo destaca recorde de entregas às autonomias em meio a concessões a Catalunha e Euskadi

O governo espanhol apresentará nesta terça-feira dados sobre entregas recordes de financiamento às autonomias e municípios, totalizando 300 bilhões de euros, um aumento de 47% em relação ao governo de Mariano Rajoy. Essa apresentação ocorre em meio a críticas do PP e Vox sobre a distribuição de recursos, especialmente nas negociações com Cataluña e Euskadi.

Os dados visam responder às acusações de privilégios nas transferências financeiras. O governo destaca que, além dos 158 bilhões de euros já entregues às autonomias, cerca de 5 bilhões serão destinados aos municípios. O cálculo das entregas é baseado na previsão de crescimento econômico e arrecadação, essencial para o planejamento orçamentário das administrações locais.

Bloqueios Políticos

Entretanto, projetos importantes, como a reforma da jornada de trabalho e a modernização das carreiras judiciais, não serão discutidos devido a bloqueios políticos, especialmente por parte de Junts. O governo tentará retomar essas propostas após as férias de verão, buscando um consenso com os diferentes grupos políticos.

A sessão desta terça-feira também abordará a convalidação das entregas a conta, que são fundamentais para a saúde financeira das autonomias. O governo argumenta que, apesar das dificuldades, 1.056 das 1.202 votações realizadas no Congresso foram aprovadas, demonstrando a capacidade de legislar e avançar no país.

Críticas e Respostas

O PSOE, através de sua porta-voz Montse Mínguez, refutou as críticas do PP, afirmando que os dados apresentados desmentem a narrativa de que a legislatura está esgotada. A ministra da Fazenda, María Jesús Montero, também negou que Cataluña receba mais benefícios que outras autonomias, defendendo que as quantias distribuídas são as maiores já vistas.

O governo continua a enfrentar um clima político tenso, com acusações de corrupção e disputas sobre a alocação de recursos. A expectativa é que a apresentação dos dados ajude a esclarecer a posição do governo e a fortalecer sua argumentação em meio a um cenário de crescente polarização política.