21 de jul 2025
Pescadores da Faixa de Gaza afirmam que preferem lutar pela sobrevivência
Israel intensifica bloqueio em Gaza, resultando em mortes de civis e agravando a crise humanitária e alimentar na região.

Tendas e abrigos de palestinos deslocados pelo conflito são vistos em um acampamento improvisado montado na praia, próximo ao porto de Gaza (Foto: Omar Al-Qattaa - 19,jul.25/AFP)
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O Exército de Israel reafirmou, no dia 12 de julho, a proibição de acesso ao mar para pescadores na Faixa de Gaza, intensificando a crise humanitária na região. A medida, que já havia sido imposta anteriormente, agora resulta em tiros contra aqueles que desobedecem, aumentando a ameaça de fome entre a população local.
No último domingo (20), pelo menos 93 pessoas foram mortas em um ponto de distribuição de ajuda humanitária no norte de Gaza, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. As vítimas, que aguardavam a chegada de caminhões de alimentos, foram atingidas por disparos do Exército israelense, que contesta o número de mortos e a alegação de que suas forças dispararam contra civis.
A situação na praia de Gaza é alarmante, com barracas substituindo guarda-sóis, abrigando famílias deslocadas. Hussein Abou Hussein, um dos refugiados, descreve a transformação da área, que antes era turística, em um local de desespero. "É proibido ir ao mar e vemos os pescadores sendo alvo de tiros", lamenta.
Crise Alimentar
A proibição de acesso ao mar e os ataques a civis têm exacerbado a crise alimentar em Gaza. Mohamed El Hessi, um pescador de 73 anos, relata que os disparos ocorrem diariamente, forçando muitos a arriscar suas vidas para tentar pescar. "Eles pensam que, se for para ser morto, que seja tentando sobreviver", afirma.
O Exército israelense, por sua vez, justifica os disparos como uma medida de proteção a um comboio humanitário, alegando que a situação ainda está sendo investigada. No entanto, a ONU condenou a violência contra civis famintos, ressaltando a urgência da situação humanitária.
Além disso, as forças israelenses ordenaram o esvaziamento de áreas no centro de Gaza, incluindo Deir al Balah, que até então não havia sido alvo de ofensivas. A população foi instruída a se deslocar para a zona de Mawasi, considerada uma área humanitária, embora não esteja isenta de bombardeios.
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