23 de mai 2025

ONGs buscam novas soluções após cortes de Trump na ajuda internacional
Cortes na Usaid afetam ONGs no Brasil, suspendendo apoio a refugiados e exigindo reestruturação urgente para garantir assistência essencial.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
ONGs buscam novas soluções após cortes de Trump na ajuda internacional
Ouvir a notícia
ONGs buscam novas soluções após cortes de Trump na ajuda internacional - ONGs buscam novas soluções após cortes de Trump na ajuda internacional
Anunciados em janeiro, os cortes significativos nas verbas da Usaid (Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional) estão impactando diretamente organizações humanitárias no Brasil, como o Acnur e a Cáritas. Essas mudanças, impulsionadas pela administração Trump, visam reduzir o financiamento a projetos alinhados à agenda "woke", que abrange questões de igualdade racial, social e de gênero.
Com a redução de recursos, aproximadamente 2 mil pessoas perderam apoio, dificultando a integração de refugiados no país. O representante do Acnur no Brasil, Davide Torzilli, alerta que cerca de 4 mil refugiados estão sem assistência básica. Sem financiamento, estima-se que 29 mil pessoas enfrentarão dificuldades para solicitar asilo e obter documentos legais, além de perderem acesso a serviços de apoio psicossocial.
Reestruturação das ONGs
A Cáritas Brasileira, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), suspendeu repasses para projetos de saneamento e segurança alimentar em Roraima. Indi Gouveia, coordenadora nacional da Cáritas, afirma que, apesar das dificuldades, a organização está buscando parcerias e doações para reabrir suas instalações e oferecer refeições.
Franklin Félix, coordenador da Abong (Associação Brasileira de ONGs), destaca que a falta de apoio internacional exige uma reorganização das ONGs. Muitas enfrentam dificuldades para obter recursos nacionais ou privados. A resiliência das organizações brasileiras é notável, segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social).
Desafios e Oportunidades
Durante o Fórum Global de Filantropia, realizado em março no Vale do Silício, observou-se um clima de incerteza entre fundações americanas, que temem investigações e perda de incentivos fiscais. Amalia Fischer, diretora do fundo ELAS+, ressalta a resiliência latino-americana diante de crises. Ela expressa preocupação com a possível perda de investimentos em ações contra o racismo e a LGBTfobia.
Paula Fabiani acredita que mudanças na narrativa podem ajudar as ONGs a superar essa fase. Algumas fundações estão aumentando repasses e utilizando parte de seus fundos patrimoniais para compensar os cortes. O 13º Congresso do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), realizado em Fortaleza, enfatizou a necessidade de um volume maior de recursos financeiros para a filantropia brasileira, especialmente em um cenário de incertezas na cooperação internacional.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.