Ativista é libertado na Tanzânia após pressão do governo do Quênia

Boniface Mwangi, ativista queniano, foi detido em Dar es Salaam, Tanzânia, junto com a ativista ugandense Agather Atuhaire. Ambos estavam no país para acompanhar um caso judicial envolvendo o líder da oposição Tundu Lissu, acusado de traição. A detenção ocorreu na segunda-feira, 23 de outubro, e suas localizações permaneceram desconhecidas por três dias.

Mwangi foi libertado na quinta-feira, 26 de outubro, após o ministério das Relações Exteriores do Quênia exigir sua soltura. O porta-voz do ministério, Korir Sing'oei, confirmou que o ativista já estava de volta ao Quênia. Ele foi deixado na fronteira e, atualmente, encontra-se em Kwale, onde recebeu apoio e cuidados médicos. O advogado Khalid Hussein, que esteve com Mwangi, afirmou que ele está em bom estado de espírito.

As autoridades tanzanianas não se pronunciaram sobre a detenção e deportação de Mwangi. A presidente Samia Suluhu Hassan havia alertado que não permitiria que ativistas de países vizinhos interferissem nos assuntos internos da Tanzânia. O ministério das Relações Exteriores do Quênia expressou preocupação com a saúde de Mwangi e pediu acesso consular, conforme estipulado pela Convenção de Viena sobre relações consulares.

A detenção de Mwangi ocorre em um contexto de crescente repressão a opositores na Tanzânia, especialmente com as eleições se aproximando. Nos últimos meses, organizações de direitos humanos têm denunciado a repressão a ativistas e opositores políticos no país.